Processos erosivos no Subplanalto Cascavel 07/05/2019 - 15:20

Maurício Kacharouski1, Gustavo Ribas Curcio2, Annete Bonnet3

 

Os procedimentos de contenção à erosão no Estado do Paraná têm evoluído muito, através do ajuste do uso e manejo dos sistemas produtivos aos potenciais de uso do solo. Durante as ações de levantamento de solos do PronaSolos Paraná tem-se registrado esta tônica constantemente nas propriedades rurais que se encontram na Bacia Hidrográfica Paraná III, resultante de um esforço acentuado e memorável por parte de técnicos e agricultores (Figura 1).

 

Figura 1 - Plantio direto em nível com terraceamento.
Figura 1 - Plantio direto em nível com terraceamento.

 

 

Como se sabe, a erosão do solo é um processo físico que proporciona a degradação dos horizontes superficial e subsuperficiais, devido ao transporte de sedimentos orgânicos e inorgânicos, incorrendo em perda de potencial produtivo. Deve-se ter em conta que a dinâmica erosiva proporciona alterações na qualidade ambiental, tanto no local em que ocorre como nas paisagens situadas abaixo (Figura 2).

 

Figura 2 - Fluxo de massa em talude fluvial com queda de árvores.
Figura 2 - Fluxo de massa em talude fluvial com queda de árvores.

 

 

A erosão é um processo complexo resultante de vários outros subprocessos, dentre os quais destaca-se aqui a compactação, a qual promove escorrimento superficial em função da diminuição da porosidade com perda de infiltração hídrica.  Quando esta se verifica em paisagens declivosas com altos níveis de exposição da superfície do solo, conciliado a pluviosidades elevadas, está deflagrada a possibilidade de o processo ocorrer de forma acentuada, com ampla possibilidade de assoreamento de rios e nascentes (Figura 3).

 

Figura 3 - Assoreamento de nascente.
Figura 3 - Assoreamento de nascente.

 

 

Com fins de identificar e caracterizar a dinâmica erosiva, esta pode ser subdividida quando ao grau de evolução em erosão entre-sulcos (Figura 4), em sulcos (Figura 5) e em vossorocas (Figura 6), todas incorrendo em prejuízos ambientais, a despeito das distintas intensidades.

Figura 4 - Erosão entre-sulcos entre linhas de milho.
Figura 4 - Erosão entre-sulcos entre linhas de milho.
Figura 5 - Erosão em sulco em Nitossolo Vermelho.
Figura 5 - Erosão em sulco em Nitossolo Vermelho.

 

 

Figura 6 - Vossorocamento em Nitossolo Vermelho.
Figura 6 - Vossorocamento em Nitossolo Vermelho.
 

Por outro lado, durante as ações de mapeamento de solos e vegetação do PronaSolos Paraná, os técnicos do projeto têm-se deparado constantemente com ações que os agricultores e técnicos da mencionada região, juntos, a cada dia que passa, estão adotando e ajustando métodos e técnicas que minimizam a erosão, tais como subsolagem (Figura 7), adequação de terraços (Figura 8), favorecimento de maior quantidade de palhada (Figura 9), ajuste de estradas (Figura 10) etc. Com estas práticas, as melhorias serão boas para a região, para o Estado do Paraná, e para o Brasil!

Figura 7 - Linha de subsolagem em Latossolo Vermelho 9.
Figura 7 - Linha de subsolagem em Latossolo Vermelho 9.

 

Figura 8 - Construção de terraço.
Figura 8 - Construção de terraço.

 

Figura 9 - Boa cobertura de solo com palhada de milho.
Figura 9 - Boa cobertura de solo com palhada de milho.

 

 

Figura 10 - Adequação de estradas rurais.
Figura 10 - Adequação de estradas rurais.
 

 

 

1 – Técnico da FAPEAGRO – mkacharouski@gmai.com

2 – Pesquisador da Embrapa Florestas – gustavo.curcio@embrapa.br

3 – Pesquisadora da Embrapa Florestas – annete.bonnet@embrapa.br