Projeto PronaSolos PR estabelece parceria com os departamentos de solos da UFLA e UFRGS 15/06/2021 - 16:05

 

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Gustavo Ribas Curcio¹, João Bosco Vasconcellos Gomes²

 

Decorridos dois anos e meio de sua existência, o Projeto PronaSolos PR finalizou todos os procedimentos de campo em pesquisas de solos e de vegetação, estes relativos à Bacia do Paraná III e uma pequena parte da Bacia Hidrográfica Piquiri. Na parte de solos, além das ações de mapeamento propriamente dito, foram efetuadas observações e amostragens em pedossequências, bem como a coleta de perfis representativos das inúmeras classes de solos que constituem as citadas bacias.

Figura 1
Figura 1 – Amostras e observações efetuadas
Figura 2 – Perfis coletados e classificados
Figura 2 – Perfis coletados e classificados
 

Para a fase de coleta e classificação dos perfis de solos (Figuras 3 e 4), importante “parceria voluntária” foi estabelecida entre o projeto, o Departamento de Ciência do Solo da Universidade Federal de Lavras (DCS-UFLA) e o Departamento de Solos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (DS-UFRGS). A cooperação técnica-científica permitirá forte aprofundamento das informações relativas a química e a mineralogia dos solos estudados neste levantamento.

Figura 3 – Gleissolo Háplico
Figura 3 – Gleissolo Háplico

 

Figura 4 – Cambissolo Flúvico
Figura 4 – Cambissolo Flúvico
 

À frente da parceria estão a equipe do próprio PronaSolos PR, os professores Nilton Curi e Sérgio Henrique Godinho Silva pelo DCS-UFLA e o professor Alberto Vasconcellos Inda Junior pelo DS-UFRGS, destacando a grande experiência de todos os envolvidos na área da pedologia. Além dos professores, bolsistas do Projeto e das referidas Universidades estarão engajados na execução das atividades.

No DCS-UFLA os estudos, já iniciados, se concentram em modelar diversos atributos químicos e físicos do solo a partir da algoritmização desses atributos pelo uso de espectrômetro portátil de fluorescência de raios-X (pXRF) (Figura 5). O método é rápido, barato, eficaz, não destrutivo e ecologicamente correto para determinar a constituição multi-elementar em diferentes matrizes, incluindo materiais de solos.

Figura 5a – Espectrômetro de fluorescência de Raios X no campo
Figura 5a – Espectrômetro de fluorescência de Raios X no campo

 

Figura 5b – Espectrômetro de fluorescência de Raios X no laboratório
Figura 5b – Espectrômetro de fluorescência de Raios X no laboratório
 

De qualquer forma, a utilização do pXRF coloca o PronaSolos PR na vanguarda deste tipo de estudo, considerando a magnitude do Projeto, a importância agrícola da região e a utilização de uma técnica vislumbrada para substituir de forma mais sustentável grande parte das análises tradicionais de solos em futuro próximo.

Na atual fase do PronaSolos PR foram encaminhadas para o DCS-UFLA mais de 300 amostras de TFSA para as leituras de pXRF, referentes aos 73 perfis de solos coletados e classificados pelo projeto. A construção dos algoritmos utilizará a base de dados de análises tradicionais do próprio projeto, executadas nos laboratórios da Embrapa Florestas e IDR-PR. Além disso, uma amostra de horizonte diagnóstico subsuperficial de cada perfil será analisada pelo ataque sulfúrico, o que também permitirá a algoritmização dos valores dessa técnica pelas leituras do pXRF.

No DS-UFRGS estarão concentrados os estudos de mineralogia dos solos, condição também que proporcionará o melhor entendimento estrutural dos diferentes tipos de solos, além de outras relações, como a de fortalecer a compreensão da dinâmica de sorção dos elementos em diferentes complexos sortivos. Dois horizontes diagnósticos (superficial e subsuperficial) de cada perfil de solo terão separação de suas frações areia, silte e argila (Figura 6), nas quais serão efetuadas as análises de difração de raios-X, área superficial específica e suscetibilidade magnética.

 

 

Figura 6. Processo de separação das frações areia, silte a argila e frações já separadas
Figura 6. Processo de separação das frações areia, silte a argila e frações já separadas

 

Sem sombra de dúvida, os resultados das pesquisas conjuntas que estão sendo desenvolvidas entre a Embrapa Florestas, o IDRPR, o DCS-UFLA e o DS-UFRS incorrerão em ganhos significativos ao conhecimento da dinâmica pedológica - gênese e potencial de uso – proporcionando acréscimos significativos à sustentabilidade ambiental e produtiva da região do projeto. Finda essa primeira fase, a expectativa das equipes envolvidas é que a parceria construída seja também estabelecida para novas fases do PronaSolos PR.

 

1 – Pesquisador da Embrapa Florestas – gustavo.curcio@embrapa.br

2 – Pesquisador da Embrapa Florestas – joao.bv.gomes@embrapa.br

GALERIA DE IMAGENS

  • Gleissolo Háplico
    Cambissolo Flúvico
    Espectômetro de fluorescência de Raios X campo
    Espectômetro de fluorescência de Raios X laboratório
    Areia, Silte e Argila
    Gleissolo Háplico
    Foto: Gustavo Ribas Curcio

    Foto: Gustavo Ribas Curcio
    Cambissolo Flúvico
    Foto: Gustavo Ribas Curcio

    Foto: Gustavo Ribas Curcio
    Espectômetro de fluorescência de Raios X campo
    Espectômetro de fluorescência de Raios X laboratório
    Areia, Silte e Argila