HIDROGRAFIA DO SUBPLANALTO FOZ DO IGUAÇU – BACIA HIDROGRÁFICA PARANÁ III

Gustavo Ribas Curcio1; João Henrique Caviglione; Annete Bonnet1, Leonardo Miranda Feriani2, Dalila Peres de Oliveira2

 

O Subplanalto Foz do Iguaçu (SFI) na Bacia Hidrográfica Paraná III compreende um território com aproximadamente 2.120 km2. Está posicionado a oeste do Subplanalto São Francisco (SSF) em cotas altimétricas mais baixas ao citado subplanalto, decorrente dos processos erosionais presentes na citada bacia (Figura 1). A despeito de seu posicionamento, a jusante daquele subplanalto, a rede fluvial do SFI (Figura 2) alcança o nível hierárquico de 5a ordem (Tabela 1), com uma densidade média de drenagem de 0,6 km/km2. O menor nível hierárquico em relação a SSF (6a ordem), é justificado pela presença do lago de Itaipu (Figura 3).

 
Figura 1 - Subplanaltos da BHP III.
Figura 1 - Subplanaltos da BHP III.

 

 

 

Figura 2 - Hidrografia do Subplanalto Foz do Iguaçu.
Figura 2 - Hidrografia do Subplanalto Foz do Iguaçu.

 

Tabela 1 – Nível hierárquico fluvial e respectiva quantidade e extensão dos rios no Subplanalto Foz do Iguaçu (SFI) na Bacia Hidrográfica Paraná III.

Tabela 1 – Nível hierárquico fluvial e respectiva quantidade e extensão dos rios no Subplanalto Foz do Iguaçu (SFI) na Bacia Hidrográfica Paraná III.
Tabela 1 – Nível hierárquico fluvial e respectiva quantidade e extensão dos rios no Subplanalto Foz do Iguaçu (SFI) na Bacia Hidrográfica Paraná III.

 

 

Figura 3 - Lago de Itaipu.
Figura 3 - Lago de Itaipu.

 

 

Esse subplanalto é constituído predominantemente por paisagens com relevo suave ondulado e ondulado onde prevalece a presença dos Latossolos (Figura 4) e Nitossolos (Figura 5), ambos de cores avermelhadas em textura muito argilosa, profundos e bem drenados, características que proporcionam alto potencial de uso (Figura 6). Em razão do grande potencial de recarga hidrológica dos citados tipos de solos, combinado às características climáticas da região, o SFI possui uma rede de drenagem dominantemente perene.

Figura 4 - Latossolo Vermelho.
Figura 4 - Latossolo Vermelho.
Figura 5 - Nitossolo Vermelho.
Figura 5 - Nitossolo Vermelho.

 

Figura 6 - Aspecto de relevo no Subplanalto Foz do Iguaçu.
Figura 6 - Aspecto de relevo no Subplanalto Foz do Iguaçu.
 

A dimensão territorial, assim como o número e extensão de rios são muito assemelhados aos valores encontrados no subplanalto Cascavel (Tabela 1).

Por outro lado, as razões entre os territórios e o número de rios entre SSF e SFI são muito discrepantes entre si (Tabela 2). A diferença entre essas razões se dá em função das diferenças das características dos solos prevalecentes em cada subplanalto. Enquanto em SSF há o predomínio de solos rasos cascalhentos e pedregosos de textura média a argilosa (Neossolos Regolíticos e Litólicos) em relevos muito movimentados, em SFI há o predomínio de Latossolos e Nitossolos, ambos vermelhos, profundos e bem drenados, em relevo suave ondulado a ondulado.

Tabela 2 – Subplanaltos São Francisco (SSF) e Foz do Iguaçu (SFI) e as razões entre números de rios e área na Bacia Hidrográfica Paraná III.

Tabela 2 – Subplanaltos São Francisco (SSF) e Foz do Iguaçu (SFI) e as razões entre números de rios e área na Bacia Hidrográfica Paraná III.

 

 

De acordo com a Figura 7 e com a Tabela 3 pode ser observado o predomínio das categorias de densidade de drenagem < 0,5 e 0,5 a 1,5, respectivamente drenagem pobre e regular. A maior prevalência da densidade pobre deve-se a combinação das influências do Lago de Itaipu e ao predomínio dos solos profundos e bem drenados mencionados anteriormente.

 

Figura 7 - Densidade de drenagem do Subplanalto Foz do Iguaçu
Figura 7 - Densidade de drenagem do Subplanalto Foz do Iguaçu

 

 

Tabela 3 – Elementos de densidade de drenagem do subplanalto Foz do Iguaçu na Bacia Hidrográfica Paraná III.

Tabela 3 – Elementos de densidade de drenagem do subplanalto Foz do Iguaçu na Bacia Hidrográfica Paraná III.

 

 

Por meio da Figura 7 ficam muito evidentes nesse subplanalto dois padrões de distribuição de densidade de drenagem - maiores na porção Leste e menores no Oeste. Esses padrões podem ser justificados pela distribuição dos solos e suas características. A Leste há uma maior manifestação dos Neossolos Regolíticos e Litólicos em relevos mais vigorosos, ambiente transicional para o Subplanalto São Francisco, enquanto no Oeste há o predomínio dos solos mais profundos (Latossolos e Nitossolos).

Deve ser ressaltado que a malha fluvial desse subplanalto, em sua grande maioria, possui o caráter perene, sobretudo na região Oeste, fato atribuído à presença predominante de solos argilosos e profundos (Latossolos e Nitossolos). Em situações mais específicas encontradas a Leste, verifica-se uma pequena porção de canais intermitentes e efêmeros distribuídos nos relevos mais vigorosos do subplanalto onde se encontram os solos rasos e pedregosos – Neossolos Regolíticos e Litólicos.

O contexto acima explicitado revela a importância do conhecimento da distribuição dos solos e respectivas características sobre alguns atributos hidrológicos, a exemplo, a relação entre o processo de recarga/descarga hidrológica e a perenidade de fluxos fluviais. Mais um grande motivo para se buscar manejos ideais para os diferentes tipos de usos do solo, os quais proporcionem o máximo de infiltração de água nas diferentes paisagens.

 

1 – Pesquisador da Embrapa Florestas – gustavo.curcio@embrapa.br

1 – Pesquisadora da Embrapa Florestas – annete.bonnet@embrapa.br

† – Pesquisador do IDRPR

2 – Bolsista da Sec. Ciên. Tec. Pr – daaalila93@gmail.com

2 – Bolsista da Sec. Ciên. Tec. Pr – leonardo.feriani@hotmail.com