Gustavo Ribas Curcio¹; Marlon Debrino²

Os Latossolos constituem a classe com o maior grau de evolução, ou seja; passaram por intensas transformações a ponto de destituí-los de minerais primários ou secundários de baixa resistência ao intemperismo. Esta classe é constituída por solos minerais profundos com horizonte B latossólico (Bw) situado abaixo de qualquer tipo de horizonte superficial, à exceção do horizonte hístico.

Os Latossolos da Bacia Hidrográfica Paraná III possuem características muito peculiares como cores avermelhadas, grandes espessuras (Figura 1), baixa diferenciação entre horizontes (a exceção do horizonte superficial) e textura muito argilosa. A estrutura granular muito desenvolvida desses solos (Figura 2) determina elevadas taxas de infiltração de água, sob condições originais.

 

 

No subplanalto Cascavel, nas ações de mapeamento do PronaSolos Paraná, os Latossolos estão sendo comumente identificados com níveis acentuados de compactação entre 5 a 40 cm, incorrendo em forte alteração estrutural. Este fato compromete a perfeita troca gasosa, além de prejudicar a infiltração das raízes e água, aumentando expressivamente a suscetibilidade à erosão destes solos (Figura 3).

 

 

A despeito da rocha que derivam - efusiva básica toleítica, tem se identificado baixa saturação por bases no horizonte latossólico, fato justificado pelo elevado processo de desenvolvimento pedogenético. Por outro lado, em razão dos efeitos da calagem e adubação, o horizonte superficial está sendo identificado com elevada saturação por bases, o que proporciona altos níveis de produtividade para as culturas (Figura 4).

 

 

A ocorrência dos Latossolos no subplanalto Cascavel se verifica, dominantemente, em paisagens com baixa declividade (menor que 20%), em rampas muito longas, frequentemente acima de 1,5 km, independente das formas de rampa que predominam no referido subplanalto (côncava-convergente, convexa-retilínea e convexa-divergente).   

Em função do relevo suave, assim como das suas características intrínsecas, esses solos possuem alto potencial de uso, possibilitando produtividades excelentes quando bem manejados.

1 – Pesquisador da Embrapa Florestas – gustavo.curcio@embrapa.br

2 – Técnico do PronaSolos Paraná – marlon_debrino@hotmail.com