PEDOSSEQUÊNCIAS E PONTOS DE REFERÊNCIA – informações técnicas de solos

Gustavo Ribas Curcio1; Annete Bonnet1; João Henrique Caviglione2

 

 

As informações de solos provenientes do Projeto PronaSolos Paraná são obtidas por meio de metodologia pedossequencial, ou seja: procede-se a análise de ocorrência e respectivas características dos solos, partindo-se do topo das encostas até as partes mais baixas destas, ora em rio, ora em nascente. A regência de sequencialização das pedossequências se dá em função das características geomorfológicas das paisagens, combinadas a aspectos texturais das imagens que possam refletir variações pedológicas. As pedossequências são constituídas pelos “Pontos de Referência - PR” (Figura 1).

 

Figura 1 - Pontos de referência demarcados no aplicativo Colletor for ArcGis.
Figura 1 - Pontos de referência demarcados no aplicativo Colletor for ArcGis.

 

 

Em cada PR, por meio de tradagens (Figura 2), ou em cortes de estradas (Figura 3), são efetuadas as coletas de amostras de solos ou, de outra forma, feitas observações morfológicas e táteis de solos como a textura (Figura 4). Dentre as observações morfológicas é dada ênfase à análise e a caracterização dos horizontes superficiais e subsuperficiais (Figura 5), para posterior classificação dos solos. Nestes horizontes, além das cores e espessuras, identifica-se o tipo, tamanho e grau de estrutura, a presença de cascalhos e pedregosidade, o grau de compactação entre outros, além da avaliação da classe textural por meio tátil. Para os horizontes subsuperficiais, algumas apurações também são executadas como, espessura, cor, estrutura, consistência etc. Nos solos que constituem as paisagens das planícies fluviais e nascentes, algumas outras observações são necessárias para a classificação dos solos, dentre estas a presença de mosqueado, plintita, petroplintita, nódulos ferro-manganesianos (Figura 6) etc.

Figura 2 - Prospecção por tradagem.
Figura 2 - Prospecção por tradagem.
Figura 3 - Caracterização morfológica em talude.
Figura 3 - Caracterização morfológica em talude.
Figura 4 - Observação tátil da textura.
Figura 4 - Observação tátil da textura.

 

Figura 5 - Análise de estrutura de solo.
Figura 5 - Análise de estrutura de solo.

 

Figura 6 - Nódulos ferro-manganesianos e petroplintita.
Figura 6 - Nódulos ferro-manganesianos e petroplintita.

 

Figura 7 - Coleta de amostras do solo.
Figura 7 - Coleta de amostras do solo.
 

A amostragem dos horizontes superficiais e subsuperficiais é feita para efetuar análises químicas e granulométricas (Figura 7). Dentre as primeiras destacam-se a análise de elementos trocáveis como cálcio, magnésio, potássio, alumínio, hidrogênio, além da determinação do teor de carbono orgânico, fósforo e classe de reatividade do solo (pH). Por meio destas, outras informações importantes são obtidas como a Capacidade de Troca Catiônica, Saturação por bases, Saturação por alumínio trocável e outras relações possíveis. No que se refere às análises granulométricas, quatro frações são obtidas: areia grossa, areia fina, silte e argila.

A união dessas informações torna possível compreender as distintas características das classes de solos que ocorrem na Bacia Hidrográfica Paraná III (Latossolos, Nitossolos, Cambissolos, Chernossolos, Neossolos, Gleissolos, Plintossolos, Organossolos entre outros), evidenciando os potenciais de uso destas, ou mesmo, suas fragilidades frente aos possíveis usos. Além disto, é possível atribuir manejos mais apropriados para cada tipo de solo, uma vez que fica conhecida a variação de distribuição dos solos dentro dos padrões pedossequenciais de cada região que compõe a citada Bacia Hidrográfica.

 

1 – Pesquisador da Embrapa Florestas – gustavo.curcio@embrapa.br;

1 – Pesquisadora da Embrapa Florestas – annete.bonnet@embrapa.br;

2 – Pesquisador do IAPAR – jhcaviglione@gmail.com

  • Figura 2 - Prospecção por tradagem
    Figura 4 - Observação tátil da textura
    Figura 3 - Caracterização morfológica em talude
    Figura 5 - Análise de estrutura de solo
    Figura 6 - Nódulos ferro-manganesianos e petroplintita
    Figura 7 - Coleta de amostras do solo
    Figura 2 - Prospecção por tradagem
    Figura 4 - Observação tátil da textura
    Figura 3 - Caracterização morfológica em talude
    Figura 5 - Análise de estrutura de solo
    Figura 6 - Nódulos ferro-manganesianos e petroplintita
    Figura 7 - Coleta de amostras do solo