VEGETAÇÃO NATIVA DO ESTADO DO PARANÁ – IPÊ-ROXO

Gustavo Ribas Curcio1; Annete Bonnet1; Andrea Kodama2, Maurício Kacharouski2

 

 

A Floresta Estacional Semidecidual é uma das tipologias florestais de grande expressão territorial no Estado do Paraná. Embora com menor riqueza que as florestas ombrófilas, sua flora ainda é muito diversa e, caracteristicamente, constituída por árvores de elevado porte, as quais, em grande parte, perdem suas folhas nos períodos de estiagem.

Uma das árvores que compõe o dossel dessa floresta é o Handroanthus heptaphyllus, popularmente conhecida como Ipê-roxo, família Bignoniaceae (Figura 1). Sua expressiva altura (Figura 2), conjugada a presença de troncos retilíneos (Figura 3) proporcionam forte admiração, ainda mais nos períodos de floração, quando suas belas flores (Figuras 4 e 5) impingem tonalidades violetas à paisagem (Figura 6).

Figura 1 - Handroanthus heptaphyllus.
Figura 1 - Handroanthus heptaphyllus.

 

Figura 2 - Ipê-roxo.
Figura 2 - Ipê-roxo.
Figura 3 - Tronco de ipê-roxo.
Figura 3 - Tronco de ipê-roxo.

 

Figura 4- Flor de ipê-roxo.
Figura 4- Flor de ipê-roxo.
Figura 5- Flor de ipê-roxo.
Figura 5- Flor de ipê-roxo.

 

Figura 6 - Floração de ipê-roxo.
Figura 6 - Floração de ipê-roxo.
 

Nos capões de floresta existentes na Bacia Hidrográfica Paraná III ainda é comum se identificar esses indivíduos sobressaindo em meio a floresta degradada, mais baixa, repleta de cipós (Figura 7).

 

Figura 7 - Copa de ipê-roxo em capão de floresta degradada.
Figura 7 - Copa de ipê-roxo em capão de floresta degradada.

 

 

Dada as características de floração, o ipê-roxo possui alto potencial para projetos de paisagismo tanto em meio urbano como rural, fato infelizmente pouco identificado nas propriedades rurais da citada bacia.

Sua madeira de cor amarelo-escuro é bastante densa e envelhece mantendo suas características e beleza, motivo pelo qual a espécie é considerada nobre. Ademais, tem elevada resistência a parasitas e umidade, tendo inúmeras aplicações de uso na marcenaria e carpintaria, além de formas mais específicas na propriedade rural como em currais, pontes, moirões etc. Por essas e outras formas de uso é amplamente comercializada. Essa versatilidade incorre em larga aceitação no mercado nacional, sendo reconhecida e comercializada amplamente no mercado internacional.

Para produção de madeira nobre para serraria, o espaçamento ideal é o 3 x 2 m, por oferecer maior produtividade da madeira extraída pelo menor custo de implantação e manutenção, proporcionando, assim, maior lucratividade para o negócio florestal.

Durante as ações de mapeamento de solos e vegetação do PronaSolos Paraná, o ipê-roxo tem sido identificado com alto grau de desenvolvimento em toda a Bacia Paraná III, tanto sobre solos rasos e pedregosos (Neossolos Regolíticos), como em solos profundos de textura arenosa a muito argilosa (Neossolos Quartzarênicos, Argissolos, Nitossolos, Latossolos). Condição importante a ser destacada é sua ocorrência nos solos que constituem os fundos de vale, quando ainda pode ser identificada sua ocorrência, porém sempre em solos livres de saturação hídrica dentro do primeiro metro de profundidade (Neossolo Quartzarênico órtico, Cambissolo Flúvico e Neossolo Flúvico).

Sem a menor sombra de dúvida, o ipê-roxo é uma das espécies que os produtores rurais deveriam fazer constar nos planejamentos das propriedades rurais, considerando a versatilidade de uso, assim como a sua importância relacionada às questões ambientais.

 

1 – Pesquisador da Embrapa Florestas – gustavo.curcio@embrapa.br

2 – Pesquisadora da Embrapa Florestas – annete.bonnet@embrapa.br

3 – Técnica do PronaSolos Paraná – andrea.kodama@colaborador.embrapa.br

4 – Técnico do PronaSolos Paraná – mkacharouski@gmail.com

  • Figura 7 - Copa de ipê-roxo em capão de floresta degradada.
    Foto: Gustavo Ribas Curcio

    Foto: Gustavo Ribas Curcio
    Figura 6 - Floração de ipê-roxo.
    Foto: Mauricio Kacharouski

    Foto: Mauricio Kacharouski
    Figura 5- Flor de ipê-roxo.
    Foto: Mauricio Kacharouski

    Foto: Mauricio Kacharouski
    Figura 4- Flor de ipê-roxo.
    Foto: Mauricio Kacharouski

    Foto: Mauricio Kacharouski
    Figura 3 - Tronco de ipê-roxo.
    Foto: Mauricio Kacharouski

    Foto: Mauricio Kacharouski
    Figura 2 - Ipê-roxo.
    Foto: Mauricio Kacharouski

    Foto: Mauricio Kacharouski
    Figura 1 - Handroanthus heptaphyllus.
    Foto: Mauricio Kacharouski

    Foto: Mauricio Kacharouski
    Figura 7 - Copa de ipê-roxo em capão de floresta degradada.
    Figura 6 - Floração de ipê-roxo.
    Figura 5- Flor de ipê-roxo.
    Figura 4- Flor de ipê-roxo.
    Figura 3 - Tronco de ipê-roxo.
    Figura 2 - Ipê-roxo.
    Figura 1 - Handroanthus heptaphyllus.