VEGETAÇÃO NATIVA DO ESTADO DO PARANÁ – LOURO-PARDO

Gustavo Ribas Curcio1; Annete Bonnet2; Andrea Kodama3, Maurício Kacharouski3

 

 

A vegetação nativa do Estado do Paraná possui ampla variação de espécies arbóreas, distribuídas em cinco unidades fitogeográficas: Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Estacional Semidecidual, Estepes e Savana. Na região da Bacia Hidrográfica Paraná III (BPIII) pode-se observar, dominantemente, representantes arbóreos da Floresta Semidecidual. Dentre essas, uma das espécies nativas é o louro-pardo, Cordia trichotoma (Figura 1).

 

Figura 1 - Árvore de Louro-pardo.
Figura 1 - Árvore de Louro-pardo.

 

 

O louro-pardo é uma espécie valiosa não só por cumprir funções ecológicas importantes, mas também por possuir uma madeira muito apreciada para movelaria de luxo, serrados em geral, laminados e revestimentos. Sua madeira apresenta boa resistência à flexão e excelentes atributos estéticos e decorativos, com boa estabilidade para usos internos.

Além disso, também é utilizada na construção civil como vigas, caibros, ripas, caixilhos, persianas, guarnições, tabuado, construção de tonéis, embarcações leves, réguas, carpintaria, marcenaria, chapas, torneados, esculturas e freios de locomotiva.

Além dos usos madeiráveis, dado as suas características de copa (Figura 2) e floração (Figura 3) a espécie pode ser utilizada em arborização de ruas e praças, bem como na composição de sistemas silvo-agrícolas. Suas flores são melíferas, produzindo pólen.

 

Figura 2 - Copa de Louro-pardo.
Figura 2 - Copa de Louro-pardo.

 

Figura 3 - Flor de louro-pardo.
Figura 3 - Flor de louro-pardo.

Infelizmente, todos esses atributos ainda não foram suficientes para despertar interesse coletivo (técnicos e agricultores) em iniciar plantios em grande escala, tanto no meio urbano como no rural, fato muito evidente quando se percorre as estradas e cidades da BPIII.

A espécie tem sido visualizada com alto grau de desenvolvimento na BPIII em diferentes tipos de solos dos subplanaltos de Cascavel, de Campo Mourão e de São Francisco, tais como em solos argilosos e profundos (Latossolos, Nitossolos), como em solos rasos e pedregosos (Neossolos Regolíticos). No entanto, não tem sido observada sua ocorrência em solos com problemas de drenagem (Cambissolos flúvicos gleissólicos, Neossolos flúvicos gleissólicos, Gleissolos Háplicos e Plintossolos Háplicos).

Também tem ocorrido o registro de indivíduos da espécie com bom desenvolvimento nos subplanaltos de Campo Mourão e Umuarama, onde há a presença de solos derivados do arenito Caiuá (Latossolos e Argissolos Vermelhos). Porém, até o presente momento não foi registrada a presença do louro-pardo sobre Planossolos Háplicos (imperfeitamente drenados) e outros solos com presença de saturação hídrica, a exemplo, Neossolo Quartzarênico hidromórfico e Neossolo Flúvico gleissólico.

 

1 – Pesquisador da Embrapa Florestas – gustavo.curcio@embrapa.br

2 – Pesquisadora da Embrapa Florestas – annete.bonnet@embrapa.br

3 – Técnica do PronaSolos Paraná – andrea.kodama@colaborador.embrapa.br

3 – Técnico do PronaSolos Paraná – mkacharouski@gmail.com

  • Figura 3 - Flor de louro-pardo.
    Foto: Mauricio Kacharouski

    Foto: Mauricio Kacharouski
    Figura 2 - Copa de Louro-pardo.
    Foto: Mauricio Kacharouski

    Foto: Mauricio Kacharouski
    Figura 1 - Árvore de Louro-pardo.
    Foto: Mauricio Kacharouski

    Foto: Mauricio Kacharouski
    Figura 3 - Flor de louro-pardo.
    Figura 2 - Copa de Louro-pardo.
    Figura 1 - Árvore de Louro-pardo.