Adapar divulga resultados sobre o período do vazio sanitário da soja 21/09/2012 - 16:50

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) divulga os resultados sobre o período do vazio sanitário da soja no Estado, encerrado no último dia 15 de setembro. A divulgação dessa informação coincide com o início do plantio oficial de soja no Paraná que começa naa sexta-feira (21), respeitando as limitações do zonamento agrícola previsto para o Estado.

O vazio sanitário da soja compreende um período de três meses, iniciado em 15 de junho, onde não pode haver plantas vivas em nenhuma localidade do Estado, medida adotada para evitar a incidência de focos da ferrugem asiática, doença provocada por fungos que atacam as lavouras de soja.

Neste ano a Adapar emitiu 130 autos de infração durante o período do vazio sanitário, quando constatado plantas vivas de soja, relativo a uma área de 3.820 hectares espalhadas pelo Estado, o que foi considerado muito pouco se for considerado que o Paraná plantou quase 4,4 milhões de hectares de soja na safra 2011/12, comparou a engenheira agrônoma Maria Celeste Marcondes, responsável pelo acompanhamento do vazio sanitário na Adapar.

Antes de iniciar o período do vazio, os técnicos da agência já haviam emitido 103 notificações que alertavam o produtor rural sobre a existência de plantas vivas de soja que poderiam vir a ser hospedeiras do fungo que provoca a ferrugem asiática, doença que causa grandes prejuízos econômicos aos produtores.

Para Celeste Marcondes, os resultados de 2012 podem ser considerados elevados quando comparados com o ano anterior. Ela lembra, porém, que este ano foi atípico, sem a ocorrência de geadas ou outros fatores climáticos que poderiam eliminar as plantas vivas de soja nas propriedades, carreadores ou estradas.

Para se ter uma ideia, no ano passado, quando ocorreram alguns períodos de geadas intensas e de baixas temperaturas, foram lavrados 47 autos de infração, e até 15 de junho, antes do período do vazio sanitário, foram emitidos 124 notificações que alertavam os produtores para a necessidade de eliminar as plantas vivas durante o período.

Apesar disso, o resultado desse ano foi inferior ao de 2010, quando também foram emitidos 134 autos de infração, relativo a uma área de 4.236 hectares, área esta maior do que a deste ano, onde foram encontradas plantas vivas de soja. É muito difícil eliminar totalmente todas as plantas remanescentes de soja, pelo fato da emergência espontânea durante todo o período, que pode ocorrer em locais nem sempre de fácil acesso ou de difícil localização, assim as baixas temperaturas registradas contribuem para esta eliminação, explica Marcondes. A engenheira agrônoma lembra aos produtores que eles são os maiores beneficiados com a eliminação das plantas vivas no período estabelecido como vazio sanitário. Isso porque onde há plantas remanescentes, que não são eliminadas durante o período do vazio sanitário, elas se tornam hospedeiras do fungo da ferrugem asiática, que podem contaminar as plantas novas quando inicia-se o plantio da safra regular, disseminando a doença, e consequentemente aumentando o custo de produção pelo controle químico, culminando com danos ao meio ambiente.