Cedraf debate uso inadequado de agrotóxicos no Paraná 11/12/2012 - 15:48

Durante a reunião do Cedraf também foi apresentado dois projetos pesquisados pela Embrapa sobre novas formas de produção agrícola, que preservam a biodiversidade e proporcionam a geração de renda aos agricultores famíliares. São os projetos Araucária, que defende o uso e conservação da Araucária na Agricultura Familiar no Paraná, e o Conserva Bio, de conservação e valorização da biodiversidade.
O Paraná é o terceiro maior consumidor de agrotóxicos do País, com um volume de 90 mil toneladas aplicados anualmente nas lavouras, e o maior problema encontrado é a falta de diagnóstico no campo para identificar a real necessidade da aplicação desses produtos.
O engenheiro agrônomo João Miguel Toledo Tosato, responsável pela área de Agrotóxicos da Agência de Defesa Agropecuária (Adapar), chamou a atenção sobre o quadro existente no Paraná e no Brasil, que induz ao uso inadequado dos agrotóxicos, situação que coloca em risco não só a segurança dos alimentos como a saúde do agricultor.
Entre as distorções encontradas, segundo Tosato, estão as fraudes praticadas contra a legislação vigente. Ele afirmou que lei federal obriga a venda de agrotóxicos somente mediante apresentação de receita agronômica, assinada por um profissional técnico. Disse que muitas revendas foram flagradas com talão de receituário assinado em branco, cujas folhas são preenchidas na hora da venda pelo balconista ou pela secretária, o que contraria a legislação.
Um dos problemas decorrentes dessa prática fraudulenta é a ineficácia dos agrotóxicos porque a prática dá margem para que produtos indicados para determinadas culturas sejam aplicados em outras. O técnico orientou que o produtor recorra a uma consulta na página eletrônica da Adapar, onde vai encontrar a listagem dos produtos liberados no Paraná, assim como a indicação para que serve cada produto.
Uso Racional
Outro problema vinculado ao uso inadequado de agrotóxicos relatado durante a reunião do Cedraf refere-se à fiscalização de derivas, quando não se obedece as distâncias exigidas para aplicação dos produtos. Dependendo do produto que é cultivado pelo vizinho há necessidade de se manter uma distância de até 800 metros para aplicação de agrotóxico nas lavouras. Segundo Tosato, a fiscalização é atuante em casos de deriva e atende a muitos casos de denúncias. Mas ele apela à conscientização do agricultor para o uso racional do agrotóxico para evitar desavenças.
Segundo o secretário Ortigara, a Seab vai intensificar o trabalho para o uso racional de agrotóxicos nas lavouras, para que o agricultor só aplique os produtos quando for indicado que há danos econômicos nas lavouras e não como forma preventiva. Também poderá ser resgatado programas de controle biológico de pragas e doenças.
