Com ações do IDR-Paraná, produção de búfalos deve ter salto de 50% na renda dos criadores 05/12/2025 - 15:29
Carnes mais magras e leite mais nutritivo. Estamos falando da bubalinocultura (cultura de búfalos) que conta com um rebanho de 35 mil animais no Paraná, concentrados majoritariamente no Vale do Ribeira, que abriga 70% do rebanho de búfalos do estado. Conforme informações do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), a bubalinocultura contribuiu com R$ 39,1 milhões para o Valor Bruto da Produção (VBP) do Paraná, em 2024. Desses valores, R$ 27,9 milhões vieram da comercialização de bubalinos de corte, e R$ 11,2 milhões do leite de búfala.
Para desenvolver essa cadeia produtiva, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), da Seab, promoveu em Itaperuçu o III Encontro Regional de Produtores de Búfalo do Vale do Ribeira. O evento reuniu 126 produtores de búfalo da região e também teve o apoio da prefeitura do município e da Associação dos Produtores de Leite de Búfala de Campo Largo e Vale do Ribeira (AproleVale).
Esse evento faz parte das ações que o IDR-Paraná vem movimentando no sentido de atender à demanda dos produtores e trabalhar quatro eixos essenciais para a bubalinocultura: sanidade, nutrição, genética e comercialização. “Ao trabalharem esses quatro eixos junto ao Instituto, a rentabilidade para os produtores de búfalo deve crescer 50% até o final de 2026”, estima Juliano de Lima Souza, assessor regional de extensão do IDR-Paraná, que coordenou o encontro. Ele conta que o primeiro eixo começou a ser tratado em novembro, quando veterinários do IDR-Paraná iniciaram os exames de brucelose e tuberculose nos rebanhos, uma exigência do mercado de lacticínios.
VANTAGENS - Para Juliano, a bubalinocultura se destaca pela rusticidade dos animais – que se adaptam bem a diferentes terrenos e são mais resistentes a doenças – e pela produção de carne e leite de alto valor agregado. “A carne de búfalo é considerada uma proteína nobre e com baixo teor de gordura, e o leite de búfala é mais nutritivo e mais digestivo do que o leite de vaca, sendo matéria-prima para queijos de alto valor, como a muçarela de búfala”, explica.
O produtor Wellington Vinícius Paris, de Itaperuçu, trocou o gado Nelore por búfalo e se diz satisfeito com a escolha. “Eu não imaginava que um bufálo, pelo seu porte tão avantajado, fosse uma espécie mais dócil do que os bovinos, mas de fato é. Além disso, a produção de leite é maior do que em relação ao leite de vaca, então resolvemos investir nisso”, conta ele.
Wellington tem um rebanho de 50 búfalos em Itaperuçu. O evento do IDR-Paraná, voltado à bubalinocultura, é o primeiro do qual participa. Ele está satisfeito por estar aprendendo bastante sobre o assunto. “No encontro foram abordados temas como boas práticas, pastagens, sustentabilidade e rede de contatos, entre outros. E apesar do Encontro ser anual, o IDR-Paraná sempre está acompanhando de perto os produtores”, destaca.


















