Congresso internacional de citricultura debate sustentabilidade da produção 23/09/2016 - 08:30

O 13º Congresso Internacional de Citros, evento promovido pela Sociedade Internacional de Citricultura em Foz do Iguaçu, e considerado o maior evento de citricultura do mundo, encerra nesta sexta-feira (23).

O congresso acontece a cada quatro anos e contou com mais de 1.000 inscritos de 35 países, sendo que 70% dos participantes são estrangeiros. Foi organizado pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) em parceria com o Instituto Agronômico de Campinas (IAC).

Entre as mais de 18 sessões plenárias que estão acontecendo desde a segunda-feira (19), a sustentabilidade da citricultura é a principal tendência apontada para o setor para os próximos anos. Os temas envolveram o que há de novidade no mundo em ciência para o cultivo, controle de pragas, adubação e nutrição das plantas e inovação tecnológica para a indústria de processamento das frutas.

Entre as novidades apontadas por Eduardo Fermino Carlos, pesquisador do Iapar e membro da comissão organizadora do congresso, foram discutidas de forma científica a introdução de plantas resistentes geneticamente à incidência do Greening, uma doença que assusta os produtores de citros e toda a cadeia produtiva, pelo seu potencial de prejuízos econômicos.

“As mais de 18 sessões plenárias que estão sendo realizadas têm o objetivo de gerar conhecimento para ampliar a sustentabilidade econômica, ambiental e social do agronegócio dos citros”, explicou. De acordo com Fermino, a pesquisa vem obtendo grande avanço em melhoramento genético, proteção de plantas e técnicas de manejo de pomares, mas é certo que não faltarão desafios para os próximos anos, ressaltou.

O pesquisador salienta que na produção o desafio é obter novas cultivares de citros que possibilitem sustentabilidade na produção. Já a indústria de processamento exige aprimoramento constante, explica. “O importante também é trabalhar para que as informações cheguem ao produtor através da extensão rural”, acrescentou.

PRODUÇÃO - O Brasil é o maior produtor mundial de laranja e sucos cítricos, com uma produção anual de 20 mil toneladas de frutas por ano. Favorece o cultivo de citros o solo, o clima, a pesquisa agronômica em busca de cultivares produtivas resistentes e também à indústria processadora e logística de distribuição.

No Paraná, a laranja é a principal fruta cultivada no Estado e corresponde a uma movimentação de R$ 315 milhões anuais brutos. O parque industrial e os pomares estão com estrutura consolidada principalmente na região Noroeste, onde se concentra a produção da fruta.

No Nororeste estão instaladas duas fábricas de suco que absorvem a oferta disponível na região, com cerca de 600 produtores vinculadaos aos projetos agroindustriais. Recentemente está se formando outro polo produtor no município de Uraí, no Norte Pioneiro, onde está instalada a terceira fábrica de suco concentrado de laranja no Estado.

Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, a produção de suco de laranja no Estado supera 50 mil toneladas por ano e é praticamente todo destinada ao mercado externo, para os países da Europa, Estados Unidos e uma pequena parte Oriente Médio.

MENOS AGROQUÍMICOS - Para o coordenador da área de Sanidade da Citricultura, da Agência de Defesa Agropecuária (Adapar), José Grossi, o 13º Congresso Mundial de Citricultura vai ao encontro da demanda da sociedade que quer um produto com menos agroquímicos no processo de produção da fruta. “A tendência é reduzir o uso de agroquímicos nos pomares, atendendo à exigência ambiental e de consumo”, frisou.

“Por isso, o que está sendo discutido aqui é muito importante para o produtor, que sozinho não consegue sair do que ele faz diariamente. Cabe à ciência, à pesquisa e à extensão rural ajudá-lo a buscar a eficiência sob o aspecto de saúde humana, ambiental e financeira também”, acrescentou.

A Adapar é uma empresa vinculada à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento responsável pela fiscalização sobre o uso racional de agroquímicos nas propriedades rurais.

GALERIA DE IMAGENS