Cultivo de orquídeas e peixes atrai turistas a Maripá 24/08/2012 - 16:49


O município de Maripá vem se tornando referência nacional na produção de orquídeas e agora começa a se organizar para crescer ainda mais nessa atividade. Ortigara atribuiu o sucesso dos produtores rurais de Maripá à forma como eles organizaram a vida, com compromisso com o trabalho e valorizando a família, as amizades e sendo gratos aos pioneiros. “São produtores que tiveram criatividade paras diversificar as atividades, indo além da produção de grãos e pecuária, que são atividades que predominam na região”, disse.

Atualmente a produção de peixes e orquídeas representa importante geração de renda para as famílias e para o município, que se orgulha de não ter desemprego. “Mas queremos mais”, disse Ortigara. “Queremos que esses produtores tenham mais sucesso e crescimento para ter uma vida melhor na propriedade, com mais conforto”, acrescentou

O secretário reforçou a disposição da Secretaria e da Emater de manter a parceria com a associação de produtores de peixes para trazer mais pesquisa agrícola, mas conhecimento técnico que vai ajudar o produtor a incorporar mais tecnologia e ser mais produtivo. “Vamos dinamizar ainda mais esse setor”, avisou.

Para o presidente do Instituto Emater, Rubens Niederheitmann, a diversificação da produção agrícola fez de Maripá um município com ótimo desempenho e bem resolvido. “Eles foram buscar na diversificação sua forma de gerar renda e também na forma de organização em cooperativas para facilitar a abertura de mercados”, destacou.

Segundo Niederheitmann, a Emater contribuiu com essa forma de organização dos produtores de Maripá e continua contribuindo na forma de execução de eventos técnicos e encontros com a comunidade para disseminação de tecnologia e conhecimento. Também trabalhou para que o produtor não descuidasse dos cuidados ambientais na abertura e manutenção de tanques, que é a preocupação da extensão rural. De acordo com ele, cerca de 80% das propriedades com tanques para peixes na região têm licenciamento ambiental, graças o apoio dos técnicos da extensão rural.

Ortigara acompanhou também a abertura do 11º Encontro Regional de Piscicultores, ocorrida nesta sexta-feira (24), com a participação de produtores, estudantes e técnicos. O município de Maripá já é reconhecido por produzir a melhor tilápia do Brasil, graças ao desempenho da pesquisa agrícola e da assistência técnica dada os agricultores ao longo dos últimos anos, disse o secretário.

Para Ortigara, a participação em encontros e cursos ampliam o conhecimento e permite a renovação das práticas agrícolas que induzem a resultados melhores nas propriedades. “Trabalhamos sempre para ter um pouco mais”, observou.

ORQUÍDEAS - O cultivo de orquídeas em Maripá começou em 1993, ano de emancipação do município, quando foi feita uma campanha com os estudantes para amarrar plantas de orquídeas nas árvores espalhadas pela cidade. Os professores da época queriam incentivar a consciência ambiental nos alunos e o projeto teve receptividade na comunidade, a maioria de origem alemã, que admiravam a planta e a cultivavam em suas residências.

A prática se popularizou, com o apoio da prefeitura local, e atraiu o interesse de pessoas interessadas em comprar as flores, criando assim um mercado antes mesmo de se formar orquidários, disse o presidente da Associação de Produtores de Orquídeas de Maripá, Valdir Krampitz. Atualmente a Associação de Orquidicultores de Maripá reúne 15 associados. A maioria deles tem cultivos comerciais e responde pela venda de 100 mil plantas durante o ano.

Durante a 14ª Festa das Orquídeas e dos Peixes, a expectativa é comercializar cerca de 20 mil itens, entre vasos de flores, mudas e substratos. Os preços dos produtos variam de R$ 5,00 a R$ 120,00, dependendo do estágio e da variedade da planta, informou Krampitz. O próximo passo - disse - é organizar a distribuição dos produtos para alcançar mercados maiores e que estão mais distantes.

PISCICULTURA – O município conta com aproximadamente 55 produtores comerciais de peixes e produção em torno de 600 toneladas de peixes, sendo a maioria de tilápia. A atividade também começou no início da década de 90, mas com baixa produtividade em função de fatores como desconhecimento da criação e falta de equipamentos e insumos apropriados. Muitos produtores chegaram a desistir da atividade.

O Instituto Emater iniciou um trabalho de acompanhamento técnico na construção de viveiros e criação de tilápias, em parceria com a prefeitura de Maripá, e foram instaladas unidades demonstrativas de criação, que contribuíram para a definição de patamares mais elevados de produtividade. O resultado veio com o aumento da renda e a atividade voltou a ser atrativa.

Segundo o Emater, a produção é encaminhada ao polo industrial instalado na região Oeste, que conta com 17 plantas processadoras de peixe. Recentemente foram criadas duas cooperativas, a Copacol-Nova Aurora e Coopisces de Toledo, que adotam o sistema de produção no modelo de integração e que tem dado novos rumos para a piscicultura regional com maior profissionalização dos produtores e confiança no processo de comercialização.

foto/seab
foto/seab
foto/seab