O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, participou nesta quinta-feira (05), em Cascavel, do Fórum de Inovação em Agronegócio do Oeste do Paraná. Representantes do setor público e privado discutiram a conservação do solo como maior riqueza a ser preservada pelo agronegócio.

Ortigara ficou empolgado com a metodologia de qualificação do plantio direto, desenvolvida pela empresa Itaipu Binacional e pela Federação Brasileira de Plantio Direto, que já vem sendo aplicada no Oeste do Estado. De acordo com o secretário, é possível que a técnica seja utilizada em outras regiões do Estado, com índices de avaliação e qualificação do plantio direto.

Ortigara destacou que em muitas localidades os produtores vêm fazendo o plantio direto com uma palhada ralinha e acreditam que a prática resolve todos os problemas, mas sem se dar conta de que por baixo dessa palhada está um solo muito compactado.

Para o secretário, é fundamental que o produtor faça uma cobertura de solo suficiente para impedir o impacto da chuva que leva a camada fértil. “Para isso contamos com os parceiros, como cooperativas, universidades, entidades de classe e empresas como a Itaipu para levar esse conhecimento com mais esforço, com mais interesse aos produtores”, disse.

Ortigara ressaltou que se o solo for bem tratado, o meio rural pode ajudar o Brasil a ser o “Vale do Silício” na produção de alimentos, referindo-se à excelência conquistada pelos Estados Unidos em tecnologia. Para ele, os técnicos do Oeste do Estado “são mestres” em levar conhecimento para outras regiões, incluindo técnicas como plantar em nível e fazer coberturas que ajudam a fixar a matéria orgânica no solo.

ITAIPU – A região Oeste do Paraná se destaca como pioneira na aplicação de técnicas de conservação de solos e água, uma iniciativa que conta com a adesão de mais de 50 instituições públicas e privadas, incluindo universidades, indústrias e cooperativas. O arranjo conta ainda com a adesão da Itaipu Binacional, que passou a incentivar o plantio direto com qualidade.

Segundo o diretor-geral da empresa, Jorge Samek, esse trabalho iniciou com 234 propriedades, onde foi aplicado um questionário com notas que vão de um a dez. O resultado apresentou como média a nota três e muitos produtores foram reprovados na adesão às técnicas de conservação de solos.

“O projeto foi desenvolvido com a ajuda de entidades parceiras como Iapar, Embater, Embrapa e Codetec, para a implantação de indicadores que apontam os caminhos para reposição da matéria orgânica no solo”, disse o diretor.