Em Francisco Beltrão, Ortigara negocia
liberação de cargas com produtos perecíveis
25/02/2015 - 10:10

Neri MunaroO secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, esteve na última terça-feira (24) em Francisco Beltrão, Sudoeste do Estado, negociando com as lideranças de caminhoneiros e de transportadoras a liberação do trânsito de caminhões com cargas perecíveis. Por causa da greve dos caminhoneiros, que está acontecendo em sete estados brasileiros, a ameaça de desabastacimento de produtos alimentícios e perda de produção no campo é real. No Paraná, o setor do agronegócio é um dos setores mais penalizados até o momento.
Na reunião, participaram representantes das indústrias, dos produtores e dos sindicatos. O secretário aposta que o conflito seja solucionado nesta quarta-feira (25) em reunião com o governo federal em Brasília. Ele manifestou preocupação com os rumos do movimento no Paraná, que conta com vários pontos de estrangulamento do trânsito de caminhões que estão prejudicando a economia real do Estado.
Ortigara apontou a dificuldade de identificar as lideranças do movimento como um dos entraves para solucionar o conflito. Segundo ele, o movimento dos caminhoneiros está difuso, embora a pauta que eles apresentam como o resgate da margem de lucro que tinham antes do aumento no preço dos combustíveis seja legítima. “Ouvi relatos que os caminhoneiros estão gastando 60% do faturamento com o frete, só com combustível e isso realmente torna inviável a atividade”, afirmou o secretário.
Segundo Ortigara os impactos para a economia real no Paraná estão se agravando. A BRF Foods, dona da Sadia, já paralisou duas linhas de abate de aves na unidade de Francisco Beltrão, sendo uma de frangos e outra de peru. Além disso, o leite fornecido pelos produtores não está chegando aos laticínios. Frigoríficos de abate de suinos também estão paralisados no Sudoeste do Paraná. Cerca de 450 mil pintainhos morreram por falta de transporte para os alojamentos.
O Sudoeste é uma das maiores bacias leiteiras do Paraná, com uma produção de aproximadamente 1 milhão de litros por dia e há o risco dessa produção ser perdida dentro da propriedade o que seria um prejuízo incalculável, alertou Ortigara.
Outro prejuízo decorrente da greve dos caminhoneiros é que já está faltando óleo diesel para movimentar as máquinas no campo. E no Paraná é tempo de colheita de grãos, que também pode ser afetada, relatou o secretário. Em Francisco Beltrão já não há mais óleo diesel disponível nos postos de combustíveis