Empossada nova diretoria do Iapar 17/01/2011 - 09:17

O secretário Norberto Ortigara, da agricultura, empossou na última sexta-feira (14) o novo presidente do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Florindo Dalberto, em evento realizado na sede da instituição, em Londrina. Completam a nova diretoria Armando Androcioli Filho, diretor de pesquisas; Adelar Motter, recursos humanos e negócios tecnológicos e Altair Sebastião Dorigo, administração e finanças. Todos eles são profissionais de carreira da instituição.

Em discurso, Ortigara ressaltou a competência técnica do órgão, mas cobrou maior abertura para a sociedade. “A economia do Paraná precisa de um Iapar mais inserido, mais presente e mais articulado”, disse. O secretário também anunciou que pretende autorizar novas contratações para a instituição ainda este ano.

Florindo Dalberto, o novo presidente, confirma que há elevado número de pedidos de aposentadoria e que o Iapar precisa de reposição de funcionários. “As primeiras contratações foram feitas ainda na década de 70, quando o órgão foi criado, e esse pessoal agora está se retirando”, disse. Ele disse que já determinou um levantamento para precisar o número vagas em aberto.

A cerimônia de posse da nova diretoria do Iapar contou com a presença de dezenas de lideranças políticas, empresariais, do agronegócio e de entidades de representação de agricultores e parceiros de pesquisa e extensão. Dentre as autoridades o deputado federal e atual Secretário da Fazenda, Luiz Carlos Hauly; os deputados estadual Luiz Eduardo Cheida e federal Alex Canziani; João Pavinato, prefeito de Cambé; Berenice Quinzane Jordão, reitora em exercício da UEL e Vilma Jandre Melo, reitora da Unopar; Gustavo Andrade e Lopes, presidente da Sociedade Rural do Paraná, Carlos Alberto Scotti, presidente da Claspar e João Carlos Zandoná, diretor do Centro de Pesquisa e Referência em Agroecologia (CPRA), dentre inúmeros outros.

Relacionamento – Em seu pronunciamento, Dalberto enfatizou que a ênfase inicial será aperfeiçoar o relacionamento do Iapar com os diversos segmentos da sociedade. Segundo o novo presidente, ações de comunicação, transferência de tecnologia, comercialização de produtos e processos tecnológicos, propriedade intelectual e marketing se encontram dispersas na estrutura da organização e, para ganhar mais efetividade, passam a ser agrupadas sob a denominação “negócios tecnológicos”, ficando a cargo do agrônomo Adelar Motter, que assume também a diretoria de recursos humanos. Ele ainda conta que é o primeiro passo para estruturar, no curto prazo, uma diretoria própria para tratar essas questões.

“O Iapar precisa resgatar e ampliar sua interação com o setor produtivo e com a rede de entidades de pesquisa do Paraná e do Brasil”, explicou Dalberto, acrescentando que essa estrutura possibilitará retomar o padrão de relacionamento institucional com o ambiente da agropecuária e da pesquisa nacional.

Perfil – O novo diretor-presidente, Florindo Dalberto, tem 66 anos e é especialista em administração de pesquisa. Iniciou carreira no escritório do Instituto Brasileiro do Café (IBC), em Londrina. No final da década de 1960, coordenou o projeto que resultou na implantação do IAPAR, do qual foi secretário geral e presidente. Também presidiu a Associação do Desenvolvimento Tecnológico de Londrina e Região (Adetec) e o Conselho Nacional das Entidades Estaduais de Pesquisa Agropecuária (Consepa). Foi secretário-executivo do Fórum Nacional de Secretários da Agricultura; gerente da Câmara Setorial do Café do Paraná e membro do Conselho Assessor Nacional da Embrapa e do Conselho Diretor do Consórcio Brasileiro de Pesquisa do Café. Integrou e coordenou missões de intercâmbio tecnológico na área agrícola em 14 países e junto a organismos internacionais. Em 2009, ocupou os cargos de Secretário Municipal da Agricultura e de Secretário do Meio Ambiente de Londrina. É presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Londrina e da Federação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná.

Também agrônomo, Armando Androcioli Filho, 58 anos, é novo diretor de pesquisas. No Iapar desde 1974, Androcioli fez carreira no programa café da instituição, do qual foi coordenador durante 17 anos. No início da década de 1990, foi um dos idealizadores do chamado “modelo adensado”, que possibilitou ao Paraná reerguer a produção cafeeira, que enfrentava grave crise desde a geada de 1975. É autor de dezenas de artigos em periódicos nacionais e internacionais, capítulos de livros e comunicados em congressos científicos, tendo recebido diversos prêmios pelo caráter inovador de sua produção técnica.

Adelar Motter, 50 anos, assume a diretoria de recursos humanos e negócios tecnológicos. Especialista em políticas públicas, ele trabalha no IAPAR desde 1991, onde já foi diretor adjunto de pesquisas e coordenador de difusão de tecnologias, do programa fruticultura e de projetos ligados ao desenvolvimento regional e de cadeias produtivas.

O economista e contador Altair Sebastião Dorigo, 49 anos, permanece na função que já desempenha desde 2005. Especializado em gestão pública e em auditoria e gerência contábil, é funcionário do IAPAR desde 1981, onde ocupou este mesmo cargo no período 1990-1995. Também foi diretor administrativo da Fundação Teatro Guaíra, entre 2003 e 2005.

Estrutura – Criado em 1972, o Iapar é uma autarquia, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab). A instituição opera 15 programas de pesquisa: agroecologia, algodão, arroz, café, cereais de inverno, culturas diversas, feijão, forrageiras, fruticultura, manejo do solo e água, milho, produção animal, propagação vegetal, recursos florestais e sistemas de produção. Neles, são desenvolvidos 225 grandes projetos de investigação científica, que implicam a condução de 560 experimentos de campo espalhados por todo o Estado. Esse trabalho é realizado em estações experimentais próprias e também em parcerias com outros centros de pesquisa, universidades, cooperativas e associações de produtores.

Com sede em Londrina, a estrutura de pesquisa é distribuída por todo o Estado: 24 estações experimentais; 25 laboratórios de diferentes especialidades para pesquisa e prestação de serviços e 23 estações de agrometeorologia (utiliza também informações de outras 37 estações do Simepar). Possui atualmente um quadro de 730 funcionários, sendo 118 pesquisadores, a maioria com doutorado e pós-doutorado; opera ainda com cerca de 700 colaboradores (bolsistas, estagiários, voluntários, etc.).