Estados do Sul definem ações para certificação de zona livre da peste suína clássica 01/07/2014 - 17:20
“Será a primeira vez que países, ou regiões, serão reconhecidos pela OIE como livres da doença. Isso pode ser um importante diferencial na manutenção de mercados de carne suína já existentes, assim como a ampliação e conquista de novos mercados internacionais para o setor”, afirma Norberto Ortigara, secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná.
MAIOR PRODUÇÃO - No encontro foram apresentadas e discutidas as ações de cada estado no controle e erradicação da peste suína clássica, bem como a realidade do setor e os números de produção.
Juntos os três estados da Região Sul são responsáveis por 66% da produção, e de 72% da exportação de carne suína do país.
O reconhecimento internacional poderá favorecer o acesso do produto aos mercados mais competitivos do mundo. “Dando continuidade às políticas sanitárias e de controle que já estamos realizando, através dos nossos órgãos de defesa sanitária animal, podemos ser a primeira área livre do mundo sem a peste suína clássica”, avalia o secretário Norberto Ortigara.
EM 2015 - A intenção é entregar esse pedido ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento até setembro deste ano para que possa ser avaliada pelo OIE até maio de 2015.
“Criaremos um grupo de trabalho formado por técnicos do setor público e privado, para que todos os requisitos nesse sentido sejam preenchidos”, disse Airton Spies, secretário da Agricultura e da Pesca de Santa Catarina.
O grupo será definido durante a reunião da Regional Sul do Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária (Fonesa), que acontecerá na capital catarinense no dia 14 deste mês.
Os três estados do sul deverão comprovar que estão livres da doença e também cumprir uma série de procedimentos que garanta a sanidade dos rebanhos. “Estamos dispostos a fazer os investimentos necessários para garantir que temos condições de oferecer um produto de qualidade para o mundo, sem expor os consumidores a riscos”, afirmou Ortigara.
MAIS CONVINCENTE - O médico veterinário e diretor presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Inácio Afonso Kroetz lembra que a certificação dos estados do sul será mais convincente para os mercados consumidores. “Serão três estados unidos e capazes de resistir a possíveis ameaças da doença. Faremos um esforço e uma mobilização política setorial e econômica muito maior para identificar e eliminar algum foco que possa aparecer”, afirma Kroetz.
SEM VÍRUS - Outro fator importante que contribui para a conquista dessa certificação diz respeito aos trabalhos que já vêm sendo realizados pelo setor de defesa agropecuária dos estados do sul do país. “Há 20 anos não temos a circulação do vírus da peste suína clássica nessa região, mesmo sem vacinação. Estamos muito seguros do que estamos propondo”, diz Inácio Afonso Kroetz.
Entre as ações realizadas permanentemente pela Adapar, empresa vinculada à Seab, estão a vigilância ativa e passiva nas propriedades produtoras de suínos; a educação sanitária junto aos produtores rurais sobre peste suína clássica; investimentos na área técnica, incluindo a realização de cursos e treinamentos aos servidores, além de ações de supervisão interna referente às atividades específicas do Programa Estadual e Nacional de Sanidade Suídea.
“Realizamos monitoramentos sorológicos em animais oriundos de granjas comerciais de suínos, granjas de reprodutores, e em matrizes e reprodutores de descarte enviados ao abate. Também desde 2010, o Paraná executa inquéritos soroepidemiológicos bienais direcionados para pontos de risco em propriedades que produzam suínos para subsistência, os criatórios”, explica o presidente da Adapar.
Ele destaca, também, a participação efetiva nesse controle tanto dos criadores, como de suas entidades representativas, seja no setor produtor, como também industrial.
A portaria 189, do Ministério da Agricultura reconhece os três estados do Sul como livres de peste suína clássica desde 1994, em nível nacional.
REBANHO PARANAENSE - O Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e Abastecimento informa que o rebanho paranaense é de 5,5 milhões de cabeças - 15% do total nacional, que é de 38,7 milhões de cabelas.
O Paraná possui o terceiro maior rebanho, enquanto o Rio Grande do Sul é o segundo com 17% - cerca de 6,2 milhões, e Santa Catarina possui o maior rebanho representando 20% (7,5 milhões de cabeça).
Conforme o Deral e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Paraná produziu no último ano 613 mil toneladas de carne suína, representando 20% do total nacional que é de 3,1 milhões de toneladas.
A produção paranaense concentra-se na região de Toledo, no Oeste do Estado (39%), vindo depois as regiões de Cascavel (18%), Ponta Grossa (14%), e Francisco Beltrão (9,5%).
“No Paraná existem torno de 31 mil criadores comerciais de suínos, a maioria integrado à indústria, o que mostra o bom índice de eficiência e qualidade do rebanho paranaense”, diz Ortigara. Já o número de produtores ocasionais, ou para consumo próprio fica próximo a 100 mil.
Outro número destacado pelo secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná, diz respeito a geração de empregos do setor.

“A suinocultura paranaense gera em torno dos 200 mil empregos diretos e outros 300 mil indiretos. A conquista do reconhecimento internacional como zona livre de peste suína clássica, certamente irá impulsionar ainda mais a produção do estado, e por extensão do país, ao mercado internacional. Teremos também importantes ganhos na nossa economia”, avalia Norberto Ortigara.
HISTÓRICO - Atualmente o país possui 16 estados como área livre de peste suína clássica com reconhecimento pelo Ministério da Agricultura, todos com a vacinação suspensa desde março de 2004.
Nos demais estados que ainda não possuem essa classificação, o rebanho suíno poderá ser vacinado se for notificada a enfermidade. A peste suína clássica atinge apenas os animais e causa grande mortalidade.
Saiba mais sobre o trabalho do Governo do Estado em: www.pr.gov.br e www.facebook.com/governopr