O secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, participou nesta quinta-feira (12) do 3º Fórum de Agricultura da América do Sul, no Museu Oscar Niemayer, em Curitiba. O encontro discutiu a dependência da sociedade urbana em relação à economia rural. Com a população cada vez mais concentrada nos meios urbanos, o agronegócio assume a responsabilidade de dar o suporte aos países na travessia e superação de crises econômicas, como acontece atualmente com o Brasil.

Diante dessa responsabilidade, Ortigara defendeu a necessidade de criar novos negócios e produtos no campo e fazer com que o consumidor tenha acesso a eles. “Em nenhum outro lugar do mundo há disponibilidade de terra, de água, de riqueza e biodiversidade para ser explorada como aqui”, afirmou o secretário.

Segundo Ortigara, a tecnologia, que contribuiu com o crescimento do agronegócio até a atualidade, deve ser a mola propulsora para novos negócios. Para o secretário, se o País saiu de uma situação praticamente extrativista, há poucas décadas, para se posicionar como um dos maiores produtores de alimentos do mundo foi graças à incorporação de tecnologia de produção no cerrado, no cultivo de grãos, na pecuária.

“O Paraná pode trilhar esse novo caminho com mais investimentos em infraestrutura, como já acontece, principalmente no Porto de Paranaguá”, destacou. Ortigara citou que o Paraná saiu de uma produção de 10 milhões de toneladas de grãos, há 10 anos, para produzir 38 milhões de toneladas de grãos, em 2014, graças à conjunção de fatores entre tecnologia de produção e infraestrutura,

Segundo Ortigara, só com o domínio da tecnologia os produtores vão produzir mais e com qualidade. “Isso não significa apostar exclusivamente na aplicação de produtos químicos nas lavouras, mas sim adquirir conhecimento para uma produção mais sustentável e com mais qualidade”, explicou.

O secretário lembrou da importância do agronegócio na geração de emprego e renda no Paraná. Segundo ele, 92% dos municípios paranaenses são rurais e quase 37% deles são altamente dependentes do campo. E cerca de 80% dos alimentos produzidos na roça vêm de pequenos agricultores familiares.

“Mas é preciso entender que o trabalho e a terra perdem importância se não houver tecnologia no campo para agregar mais valor a essa atividade, inclusive para evitar a concentração da produção”, destacou.

AMÉRICA DO SUL - O fórum vai até esta sexta-feira (13) e aborda o mercado competitivo do agronegócio, como atender a demanda crescente por alimentos nas cidades e como o Brasil e os demais países da América do Sul devem se posicionar com estratégias de negociação para avançar no mercado mundial e deixar de serem fornecedores de matéria-prima.

Na América do Sul, dos 388 milhões de habitantes, 221 milhões vivem nas cidades e 37 milhões no campo.