Maringá discute construção da nova Ceasa 14/11/2012 - 11:17

Responsável pelo abastecimento de um milhão de consumidores regionais, a Ceasa de Maringá, noroeste do Estado, comercializa mais de 10 mil toneladas de produtos hortifrutis por mês, em média. Em consequência do crescimento populacional e da melhoria de renda dos consumidores, a unidade ficará completamente saturada a médio prazo.

Para solucionar o problema, o Secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Noberto Ortigara, apresentou nesta tarde de terça-feira, em Maringá, o protótipo de um novo projeto para a central de abastecimento. Participaram da reunião representantes da prefeitura de Maringá, permissionários dos boxes, além do presidente do Ceasa-PR, Luiz Dâmaso Gusi.



Modelo italiano



O anteprojeto, na realidade um esboço já que a questão será debatida entre permissionários e Estado, com participação de investidores privados, inspira-se no modelo de centrais de abastecimento de grandes cidades do norte da Itália, tal como Verona, que fica na parte mais rica desse país europeu e cidade que serviu de inspiração para o escritor inglês William Shakespeare escrever o romance “Romeu e Julieta”.

O modelo sugerido para Maringá dispõe de 74 boxes de comercialização (184 m2 cada um e três vezes maior do que os atuais) espalhados em pavilhão de 20 mil m2 sobre área pavimentada de 60 mil m2. Os boxes ficam na área central obedecendo a logística para rápida descarga e eficiente carregamento e escoamento das mercadorias.

Norberto Ortigara, Secretário da Agricultura do Paraná, ressalta que o governo do Estado sugere projeto que reduza perdas de alimentos altamente perecíveis, tal como os hortifrútis, convergindo as necessidades de produtores e compradores. “Queremos um projeto com estrutura menos onerosa e mais eficiente dentro de uma moderna visão logística”, comentou Ortigara ao destacar que o novo modelo atenderá as necessidades do mercado regional (e também de exportação) para os próximos 20 anos.

Embora a proposta deva ser viabilizada através de parceria público-privada, existe necessidade de licitação pública para a obra, uma vez que a Ceasa é uma entidade vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura. (Os usuários dos boxes de comercialização atuam na condição de permissionários).

Luiz Dâmaso Gusi, presidente da Ceasa/PR, garante que o projeto para a nova Ceasa de Maringá será referência nacional. A unidade ocupará área já existente na atual estrutura e que fica localizada ao lado do aeroporto local, que possui o status de aeroporto internacional de cargas.

Udenilson Macedo, presidente da Associação Representativa dos Usuários da Ceasa de Maringá (permissionária), elogiou a proposta governamental. Ele reconhece que, com a instalação de novas redes de supermercados e do aumento no consumo local e regional de alimentos, a atual estrutura caminha rapidamente para a saturação. Fernando Camargo, presidente da Urbamar (órgão vinculado à prefeitura de Maringá), garantiu que a prefeitura concorda com a sugestão de um novo projeto. Na prática, os investimentos serão somente para a construção da nova estrutura física e modernização do sistema de logística. Se houvesse necessidade de compra de terreno, o desembolso seria muito maior pois o índice de valorização imobiliária em Maringá é um das mais altos do Paraná, passando, em média, de 15% ao ano.
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