O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, lamentou a morte de um dos precursores da implementação do plantio direto na palha no Paraná, Manoel Henrique Pereira, conhecido como “Nonô Pereira”. Ele faleceu na manhã da última terça-feira(08), em Ponta Grossa, aos 76 anos.
Foi graças à iniciativa de Nonô Pereira e outros produtores pioneiros como Herbert Bartz, de Rolândia, e Franke Dijkstra, também de Ponta Grossa, que surgiu no Paraná a técnica do plantio direto que revolucionou a agricultura brasileira e permitiu maior produtividade à agricultura paranaense, disse Ortigara.
A saga de Nonô Pereira e demais pioneiros foi resgatada em livro lançado pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) em parceria com a FAO,lançado em 2012. O livro destaca que o plantio direto deu nova perspectiva ao uso e manejo dos solos e da água.
O envolvimento de Nonô Pereira com o plantio direto se deu na década de 70, na região de Ponta Grossa, como alternativa de uma agricultura mais conservacionista para sua lavoura prejudicada pela erosão.
A técnica ganhou visibilidade e o caminho conservacionista, de plantar sobre a palha, ganhou a adesão de outros produtores. A disseminação da técnica tornou a região de Ponta Grossa, como berço do plantio direto conhecida em todo o Brasil.
Segundo Ortigara, “o caminho conservacionista adotado por Nonô preserva o patrimônio dos agricultores que é o solo, evita a erosão e permite que a boa semente responda na plenitude de sua carga genética”.
Nonô Pereira teve atuação marcante à frente da Federaçao Brasileira de Plantio Direto e Irrigação, uma entidade de reconhecimento internacional, da qual foi presidente por três vezes.
No último dia 4, ele foi homenagedo pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, com a entrega da Medalha do Mérito Universitário e do diploma de homenagedo. Pereira pediu o empenho da universidade para ampliar as pesquisas pela agricultura e pelo plantio direto na defesa da “saúde da terra”.