Paraná leva produtos de cooperativas à Mercosuper 16/04/2012 - 16:40

A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento terá um estande na 31ª Feira e Convenção Paranaense de Supermercados – Mercosuper 2012, que começa nesta segunda-feira (16) em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. O espaço vai apresentar o resultado dos projetos desenvolvidos pela pasta e o Instituto Emater na área de incentivo à produção de carnes nobres e à agricultura familiar.

Atualmente, o Paraná conta com seis cooperativas de produção e abate de ovinos e caprinos e sete de novilhos precoces, além da Suinosul (Associação Paranaense de Suinocultores). “Durante a feira, queremos aproximar esses produtores do público mais exigente, que frequenta supermercados e açougues nobres. É uma oportunidade para os produtores ampliarem o volume de vendas e elevarem a renda na propriedade”, diz o secretário da Agricultura, Norberto Ortigara.

O diferencial da produção é a venda de carne padronizada, com cortes especiais embalados e que levam a marca da cooperativa ou associação. “Essas entidades estão vendendo a produção no mercado local e regional, atendendo açougues e supermercados especializados na venda de carnes nobres e com marketing diferenciado”, explica José Antonio Baena, coordenador do programa de carnes nobres da secretaria.

A comercialização de carnes diferenciadas, que garantem mais renda ao produtor e agregam valor ao produto paranaense, é resultado de um trabalho iniciado em 1999 – quando a secretaria e Emater passaram a apoiar a Aliança Mercadológica, de Guarapuava, que reúne 38 produtores de novilho precoce.

Para participar do Mercosuper, evento tradicional do setor supermercadista do Estado, o produtor deve estar vinculado a uma organização e mudar seu sistema de trabalho. “A secretaria se propõe a ajudar na formalização de uma associação ou cooperativa, para que haja escala de abate e ocorram vendas diretas, sem intermediários”, diz Baena.

“Só com a eliminação de intermediários no processo de comercialização, o produtor consegue uma renda de cerca de 12% a mais, o correspondente à margem embolsada por essa etapa, que é eliminada. O produtor consegue, ainda, um diferencial de mais 10%, em média, ao encaminhar sua produção para um frigorífico comum, que já está remunerando de forma diferenciada por uma carne de qualidade”, afirma o técnico.

PLANEJAMENTO – Em relação à mudança no processo de produção, Baena orienta o produtor a investir na alimentação, genética e estrutura na propriedade. Segundo ele, o resultado será sempre a padronização e a qualidade na produção.

O técnico diz que, além do ganho em eficiência na produção, a renda pode dobrar ou até triplicar na propriedade com o aumento da produtividade da pecuária de corte. Se o produtor reduzir o período de abate de 37 meses (patamar atual) para 30 meses, conforme recomendam a secretaria e a Emater, a produtividade na pecuária bovina avança de 137 quilos por hectare/ano para 210 quilos por hectare/ano. A receita bruta acompanha essa evolução e avança de R$ 821 por hectare/ano para R$ 1.260 por hectare/ano.

Baena aponta como exemplo de sucesso a Aliança Mercadológica, de Guarapuava, que depois se transformou em cooperativa com a orientação técnica da secretaria e da Emater. Na semana passada, durante a 52ª Expolondrina, a Aliança foi certificada pela Associação Brasileira de Angus, entidade respeitada no mercado pela comercialização de produtos de elevada qualidade. Com a certificação, a cooperativa tem a garantia de um pagamento diferenciado.

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