Paraná mantém-se na liderança da produção agropecuária e recupera áreas de mata nativa 18/09/2025 - 16:08
A piscicultura paranaense gerou um VBP (Valor Bruto de Produção) de R$ 2,29 bilhões em 2024, o que significa um aumento de 10,4% em comparação ao ano anterior. O dado é do Deral (Departamento de Economia Rural) da Seab e mostra que o setor continua uma trajetória ascendente. A tilápia representa mais de 80% do valor gerado e a sua produção está concentrada na região Oeste do estado. Paranaguá, por sua vez, figura como região de pesca de captura, sobretudo do camarão, seguido pelos pescados marinhos de diversas espécies.
Este e outros dados foram abordados no Boletim de Conjuntura Agropecuária, do Departamento de Economia Rural (Deral), referente à semana de 12 a 18 de setembro. O editorial do boletim destaca que os pescados e as demais atividades elencadas na edição contribuíram para que a renda avançasse mesmo com a recuperação de florestas, também tema do boletim da semana 38.
Além do pescado, o Paraná continua a ser o maior produtor de carne de frango do país. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no primeiro semestre deste ano o estado foi responsável por 34,4% dos frangos abatidos no país, ou 1,132 bilhão de cabeças, seguido por Santa Catarina (453,833 milhões), Rio Grande do Sul (375,939 milhões), São Paulo (365,648 milhões) e Goiás( 257,600 milhões). Em termos de volume de carne produzida, neste primeiro semestre do ano, o Paraná segue liderando (2,480 milhões de toneladas), superando Santa Catarina (943.686), Rio Grande do Sul (682.364), São Paulo (824.159) e Goiás (575.470).
A Pesquisa Trimestral de Produção de Ovos (POG), do IBGE, revelou que apesar de o Paraná ser o sétimo produtor nacional de ovos para consumo (com 102,102 milhões de dúzias), o estado detém a liderança na produção de ovos para incubação. De janeiro a junho este segmento da cadeia produtiva de ovos apresentou um volume de 129,177 milhões de dúzias, 30,8% do total nacional.
A suinocultura apresentou um índice histórico no primeiro semestre deste ano. A produção atingiu 612,4 mil toneladas, com um crescimento de 9,3% em comparação ao mesmo período do ano passado. Foram abatidos 6,4 milhões de animais, o maior número já registrado em um semestre no Paraná. Vale destacar que o mês de maio foi o de maior produção da série histórica, tanto em volume de carne suína, quanto em número de animais abatidos. Foram produzidas 107,6 mil toneladas e abatidos 1,11 milhão de suínos. Como nos últimos dez anos o volume de carne suína produzida no Paraná tem sido maior no segundo semestre, há expectativa de um novo recordo neste ano.
A floricultura é outro setor que vem ganhando espaço, com um VBP de R$ 271,7 milhões em 2024, 1,8% a mais que no ano anterior. Os gramados e as plantas perenes ornamentais representam 73,6% desse valor. As orquídeas e os crisântemos participaram com 9,1% e 4,6% do total financeiro movimentado pelo segmento. A floricultura paranaense abrange 31 espécies e está distribuída pelas regiões de Curitiba, Maringá, Londrina, Toledo e Cascavel, envolvendo produtores em mais de 100 municípios.
Recuperação
Apesar de a agricultura ser uma das maiores forças da economia paranaense, nos últimos anos o Paraná recuperou parte de suas florestas, sem diminuir a renda no campo. Dados do MapBiomas mostram que 126 mil hectares de pastagens passaram a ser ocupados pela agricultura e silvicultura, entre 2023 e 2024. Também foi verificada a recomposição de matas nativas, ao mesmo tempo em que a agropecuária paranaense manteve um crescimento robusto no VBP.
A agricultura se expandiu de 4,36 milhões de hectares em 1985 para 6,69 milhões de hectares em 2024 no Paraná. Já a silvicultura passou de 353 mil hectares para 1,13 milhão. O ganho de área aconteceu, majoritariamente, sobre áreas de pastagens. Vale ressaltar que o uso agrícola das terras no Paraná apresentou uma redução em 2024, evidenciando uma tendência de queda iniciada nos anos 2000. Verifica-se também que nos últimos 26 anos a vegetação nativa ganhou 219 mil hectares no estado. Assim, as matas nativas passaram de 26% para 27% do território estadual, ajudado pelo recuo do uso agrícola das terras. O dado mostra que existe um potencial de conciliar a recuperação ambiental com a produção agrícola.