Programa de calcário aumenta produtividade no campo 23/05/2013 - 16:43

Alderi de Mello (47), produtor de leite e de milho, soja e aveia, foi um dos agricultores que aplicou o insumo para corrigir a acidez do solo. “Há muito tempo a gente não recebia calcário do governo. Agora voltamos a receber o insumo, que é fundamental para uma boa produtividade. Sem o calcário a terra não é tão fértil”, diz o agricultor, que há 25 anos mora na comunidade Alto Santa Rosa e tira da pecuária o sustento da esposa Marivete e dos filhos Douglas (20) e Gabriel (7).
“Observamos o aumento da produção do leite, porque os produtores utilizam o calcário nas áreas de pastagem e no plantio de milho para silagem do gado leiteiro, e isso se reflete na produção”, explica Rosane Dalpiva Bragatto, engenheira agrônoma responsável pela Emater no município.
Só neste ano, o Governo do Estado repassa R$ 33,5 milhões para as prefeituras comprarem calcário e distribuirem a agricultores familiares. Somados aos recursos liberados em 2011 e 2012, chega a R$ 45 milhões o montante destinado à aquisição de calcário para agricultores familiares. “Estamos ampliando o programa, que estava parado há mais de oito anos e que é fundamental para apoiar o desenvolvimento no campo”, explica o governador Beto Richa.
Esse apoio do Governo do Estado vem ao encontro do anseio do pequeno agricultor, segundo Élbio Zilio (46), de Salto do Lontra. Ele possui vaca de leite e cultiva milho para a silagem, verduras e uva vinhos e polpas. “Estávamos meio sem rumo, sem saber o que fazer. Foi feita coleta e análise do solo, que permitiu a quantia certa de calcário. A aplicação melhorou a pastagem, o pasto aumentou cem por cento”, disse Zilio.
Segundo ele, sem o insumo a terra vai ficando muito ácida. Ele diz que a atividade agropecuária se torna muito difícil se o produtor, principalmente o pequeno, não puder acompanhar a tecnologia. Se fosse para ele comprar o calcário, ficaria muito caro, por causa do frete.
“Com o calcário a gente trabalha mais folgado, a produtividade e a qualidade do leite aumentam. Com isso a gente tem mais confiança em investir”, afirma o produtor. Zílio conta que adquiriu um trator, uma roçadeira e uma grade. “Tenho planos de construir um galpão para abrigar melhor os animais e tenho esperança para investir mais ainda”, afirma.
FERTILIDADE - Executada pela Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento, a ação faz parte do Programa de Apoio ao Manejo e Fertilidade dos Solos. “Este apoio é fundamental para os produtores, que têm dificuldade para comprar o calcário, principalmente pelo custo do transporte, que encarece o produto”, afirma o secretário da Agricultura, Norberto Ortigara.
O calcário é um insumo barato nas minas, concentradas na Região Metropolitana de Curitiba, mas chega caro ao interior pelo custo do frete. “Por isso, o esforço do governo em repassar recursos aos municípios, para que eles comprem o insumo em época adequada e a custos reduzidos e possam transferir esses benefícios aos agricultores.
O objetivo do programa é promover o máximo de resultado em aumento de produtividade na lavoura”, reiterou. Os recursos para este ano são suficientes para a compra de 350 mil toneladas de calcário, que poderá beneficiar, no mínimo, 35 mil pequenos agricultores em todo o Estado. “O volume representa cerca de 8% da produção anual de calcário do Paraná e 12% do consumo anual do insumo no Estado.
Nesse ano, os critérios de distribuição do insumo levaram em conta o Índice Ipardes de Desempenho Municipal (IPDM) e a concentração de agricultores familiares no município, já que o público-alvo são os pequenos agricultores familiares, os agricultores quilombolas, assentados e indígenas.
O repasse de recursos é feito por convênio com as prefeituras, sem a exigência a contrapartida em dinheiro. Os municípios têm que cumprir atribuições técnicas, como selecionar os agricultores em conjunto com o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural, determinar um local adequado para colocar o calcário, promover a distribuição rápida e efetiva do insumo aos agricultores.

