Um estudo elaborado por pesquisadores da UTFPR, UEL e UEM mostra que a energia solar fotovoltaica já se consolidou como uma das principais ferramentas de modernização e redução de custos no agronegócio paranaense. A obra “Energia Solar Fotovoltaica no Agronegócio do Paraná” reúne análises técnicas, normativas e econômicas e apresenta resultados de campo obtidos a partir de auditorias nas usinas instaladas pelo programa estadual RenovaPR.

O livro destaca que a energia solar tem crescido de forma acelerada no Brasil, impulsionada pela queda no preço dos painéis fotovoltaicos, políticas públicas e maior conscientização ambiental. Só em 2023, a capacidade global instalada ultrapassou 1.400 GW – um salto de 350 GW em apenas três anos. No Brasil, a fonte solar já soma mais de 45 GW, sendo que a geração distribuída representa parcela significativa desse avanço.

O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Márcio Nunes, recebeu um exemplar do livro das mãos do coordenador geral do projeto, professor Dr. Eng. Roberto Candido, da UTFPR – Campus Curitiba. Representando o IDR-Paraná, Antonio Ricardo Miilgioransa também participou do ato de entrega. O gesto simboliza a integração entre Governo do Estado, instituições de pesquisa e setor produtivo na construção de políticas públicas de energia renovável. Márcio Nunes destacou os impactos do programa. “Cada usina instalada significa economia para o produtor, geração de renda no campo e sustentabilidade para todo o estado”, disse.

No Paraná, o potencial solar supera o de muitos países europeus. Isso tem estimulado produtores rurais e consumidores residenciais a aderirem ao sistema. Entre 2020 e 2024, o número de sistemas fotovoltaicos no estado cresceu mais de 660%.

RENOVAPR - Criado pelo Governo do Estado e executado pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), o RenovaPR tem como objetivo instalar 100 mil unidades de geração até 2030. O programa oferece crédito facilitado, capacitação e assistência técnica para adoção de usinas solares e de biogás. Para muitos produtores, a energia representa até 30% dos custos da produção – reduzindo esse peso, o programa ajuda a melhorar a competitividade das cadeias agropecuárias.

O livro aponta que as usinas instaladas pelo RenovaPR já proporcionam impactos positivos na renda dos agricultores, na sustentabilidade das propriedades e no fortalecimento das cadeias produtivas. A pesquisa também propõe uma metodologia de auditoria para garantir que os sistemas alcancem máxima eficiência ao longo de sua vida útil, estimada entre 25 e 30 anos.

O coordenador do Programa de Energias Renováveis do Paraná, Herlon Goelzer de Almeida, destaca que o livro consolida um importante ciclo iniciado ainda em 2021. Segundo ele, “Em agosto de 2021 iniciamos no Paraná uma política pública de energias renováveis, o Programa RenovaPR, para incentivar a geração própria de energia a partir de Geração Distribuída (GD) com as modalidades solar e biogás. Hoje, 54 meses depois, com mais de 39.500 unidades produtivas adotantes, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, pelo Departamento de Engenharia Elétrica do Campus de Curitiba e apoio da UEM – Maringá e UEL – Londrina, finalizou o livro ‘Energia Solar Fotovoltaica no Agronegócio do Paraná’, resultado de um processo de avaliação do programa, realizado com recursos da Fundação Araucária/NAPI Solar.”

Herlon aponta que “a geração própria de energia, estimulada pelo RenovaPR, ampliou significativamente a viabilidade e competitividade da proteína animal paranaense. Na avicultura, por exemplo, que é uma das atividades mais eletrointensivas, reduzimos o impacto de custo da energia, que em 2019 era o segundo maior custo, perdendo apenas para a alimentação dos animais, colocando-a como quarto ou quinto custo na hierarquia da formação do custo de produção das aves de corte. Essa é uma das grandes virtudes do RenovaPR”.

Herlon reforça também a importância da difusão do material. “Pelo índice vocês verificam a amplitude da abordagem da obra. A versão digital pode ser amplamente divulgada pelos parceiros e apoiadores do programa”, afirma.

Resultado da articulação do NAPI Solar – arranjo de pesquisa que integra UTFPR, UEL e UEM –, a obra reúne conhecimentos técnicos e práticos, tornando-se referência para agricultores, extensionistas, engenheiros e gestores públicos.

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