A audiência pública de terça-feira (26) na Assembleia Legislativa do Paraná que discutiu políticas públicas para a produção de café, contou com a presença de representantes da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), da Emater e do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR). Também participaram prefeitos, entidades do setor agrícola e cafeicultores. O objetivo era propor algumas soluções para estimular o crescimento da produção cafeeira no estado, liderada pela agricultura familiar.

No ano passado, o Paraná colheu um volume estimado de 1,21 milhão de sacas de café, um aumento de 15,6% em comparação com a produção colhida em 2016, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os cafeicultores buscam aprimorar suas técnicas de colheira e ampliar a estrutura de produção. Na ocasião, a Câmara Setorial do Café no Paraná apresentou sugestões que podem auxiliar nesse sentido. A audiência foi uma proposição dos deputados Schiavinato (PP), Pedro Lupion (DEM) e Anibelli Neto (PMDB)

O secretário George Hiraiwa explica que o próximo passo da Secretaria é delinear soluções junto à Assembleia para atender às demandas dos produtores. “Devemos reconhecer tudo o que o café ajudou a construir no estado do Paraná, o sonho de pessoas que viveram e vivem do café. É preciso vê-lo não como monocultura, mas como diversificação. E além disso, acompanhar a tendência em torno dos novos nichos, dos cafés especiais”, diz.

O diretor-presidente da Emater Richard Golba destaca que o órgão já trabalha ativamente para desenvolver o setor, com organização dos produtores, inovação tecnológica e promovendo métodos de produção mais rentáveis. “A Emater está de corpo e alma dentro desse processo. Temos um bom know-how da cafeicultura com foco na produtividade e qualidade. Hoje, o Paraná não é mais o maior produtor, mas tem que buscar estar entre os melhores do Brasil. Esse é o paradigma atualmente. Para isso, é preciso pensar políticas públicas com esse foco”, diz.

Para o diretor-presidente do IAPAR Florindo Dalberto, o evento marca a construção de uma retomada do apoio a uma nova cafeicultura. “O Paraná vai retomar seu projeto de resistência com o café. Já fomos o maior produtor do país, mas agora temos tudo para produzir café de alta qualidade, com base na tecnologia, com apoio forte do poder público na construção de uma política de apoio e incentivo à cafeicultura tecnológica e de qualidade no Paraná”, reforça.