Seagri discute sanidade e rastreabilidade animal em comissão técnica da bovinocultura de corte 05/08/2024 - 16:58

A excelência na sanidade animal e a rastreabilidade que passará a ser exigida pelos compradores de proteínas, particularmente China, Coreia do Sul, Japão e União Europeia, foi um dos assuntos discutidos pela Comissão Técnica da Bovinocultura de Corte e Pecuária Moderna, da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), nesta segunda-feira (05).
A reunião contou com a presença do secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Natalino Avance de Souza. “Estamos em um estado em que a produção animal tem um destaque especial na formação do Valor Bruto de Produção”, acentuou. Em 2023 a pecuária foi responsável por R$ 96,5 bilhões (48,8%), enquanto a agricultura somou R$ 92,1 bilhões (46,6%).
“Por isso temos conversado com a federação para termos uma pauta comum, com prioridade naquilo que é importante para o Estado”, disse Natalino. “No caso da pecuária moderna, precisamos definir alguns protocolos de produção, de assistência técnica e extensão rural, que permita reposicionar a produção de carne no Estado”.
Segundo ele, há muito espaço para o Paraná crescer tanto em carne bovina quanto ovina. “Esse ambiente, esse cenário, essa oportunidade queremos construir juntos”, afirmou.
Também presente ao encontro, que reuniu aproximadamente 50 pessoas de forma presencial na sede da Faep em Curitiba e online, o presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Otamir Cesar Martins, fez um relato de encontros que participou na Austrália e Argentina, em que a rastreabilidade foi discutida.
Segundo ele, 40% das exportações de proteínas animais paranaenses vão para a China. Hoje a rastreabilidade é feita em grupo, mas os chineses devem começar a exigir a comprovação individual. Da mesma forma, Coreia do Sul e Japão devem começar a importar proteínas do Estado com a mesma exigência. Na Comunidade Econômica Europeia a legislação prevê entrada de produtos rastreados a partir de 2025.
“Sem rastreabilidade o mercado não vai comprar carne”, afirmou Martins. Segundo ele, há necessidade de se conversar muito e tomar atitudes com vistas à proteção tanto dos rebanhos, para não permitir que doenças interferiram na produção, quanto na conquista e manutenção de mercados com a rastreabilidade. “Nós queremos estar juntos para construir essa nova pecuária”, reforçou.
O coordenador da Comissão Técnica da Bovinocultura de Corte da Faep, Rodolfo Luiz Werneck Botelho, salientou o comprometimento de todos para que a pecuária moderna possa ser colocada em prática. "Precisamos da federação, da comissão de bovinocultura de corte, dos sindicatos, das comissões regionais e do Estado para desenvolver essa pecuária moderna nos municípios", disse.
Segundo ele, a variação de produtividade é muito grande. "Tem que levar informação e tecnologia para aqueles que estão com produtividade baixa evoluírem", salientou. "É um elo entre o setor produtivo, quer sejam grandes, médios ou pequenos com a parte de informação, com a parte técnica, com a academia, universidades e entidades."
O gerente regional de Cadeias Produtivas do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater, Hernani Alves da Silva, o chefe do Departamento de Florestas Plantadas (Deflop), Breno Menezes de Campos, e o coordenador do Programa Leite das Crianças, Francisco Perez Junior, também participaram da reunião.