Os sete secretários de Agricultura do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) tiveram uma reunião nesta quarta-feira (19), em Brasília, com o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin. Eles conversaram sobre vários temas que envolvem a agropecuária, entre elas o risco que significa a gripe aviária para o País.

“Reputamos como uma agenda muito boa, qualificada e um bom entendimento por parte do presidente”, disse o secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara. Segundo ele, as discussões serão reforçadas, com vistas a ajudar o Brasil a enfrentar os desafios que se colocam na agropecuária. “É o ganha-pão do Brasil, o nosso principal negócio”, justificou.

Sobre a gripe viária (H5N1), uma doença detectada pela primeira vez no Brasil, os Estados têm tomado várias medidas de vigilância e de atuação rápida e eficaz em todas as notificações. “Pedimos uma participação mais efetiva do governo federal no enfrentamento dessa enfermidade”, disse o secretário do Paraná.

A questão do excesso de importação de leite também foi tratada durante o encontro, pois tem prejudicado os produtores brasileiros. A reforma tributária, que já passou pela Câmara e agora está sendo discutida no Senado, igualmente foi tema das conversas. “Tratamos dos aspectos relevantes para não afetar em demasia o setor que produz”, afirmou Ortigara.

Os secretários também falaram sobre o calendário de plantio da soja divulgado recentemente e que não atendeu os desejos dos dirigentes e dos produtores. No caso do Paraná foi estabelecido entre 11 de setembro e 19 de dezembro, quando o pedido era que se estendesse até o final de janeiro. “Levamos ao conhecimento da Presidência da República para que chegue à instância decisória”, salientou Ortigara.

As questões que envolvem a relação entre o Código Florestal e a Lei da Mata Atlântica foram abordadas. “É um tema muito perigoso, que pode trazer instabilidade jurídica para todo o Brasil, mas especialmente para 17 Estados”, ponderou o secretário.

Também se conversou sobre a borracha, assunto mais focado em São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e um pouco no Paraná. “Há um problema de incapacidade competitiva frente a importação com baixo imposto neste momento, afetando o desempenho do Brasil”, disse Ortigara.

Além de Ortigara, participaram da audiência a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Tatiana Prazeres, e os secretários do Espírito Santo, Enio Bergoli da Costa; de Minas Gerais, Thales Almeida Pereira Fernandes; de São Paulo, Antonio Junqueira; do Rio Grande do Sul, Giovani Feltes; do Rio de Janeiro, Flávio Campos Ferreira e de Santa Catarina, Valdir Colatto.