Seminário na ExpoLondrina debate incentivos para a agroecologia e a horticultura 11/04/2024 - 22:38

Na quarta-feira (10), aconteceu na ExpoLondrina o 3º Seminário de Agroecologia e Horticultura na Sucessão Familiar. A programação contou com palestras técnicas e apresentações de casos de sucesso no setor. 

O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, destacou a conexão entre horticultura, agroecologia e sucessão familiar. "Após a pandemia, muitas pessoas se voltaram para o que é natural, para o campo, para o interior. Não desvalorizamos a produção convencional, pois ela evitou a fome mundial, mas os produtos orgânicos estão ganhando mais espaço no mercado", disse ele. O aumento da demanda, de acordo com ele, também vem do próprio governo estadual. O Paraná tem o objetivo de alcançar, até 2030, 100% de alimentação orgânica na rede estadual de ensino, beneficiando mais de um milhão de alunos.

A presidente em exercício do IDR-Paraná, Vânia Cirino, falou sobre o trabalho de assistência técnica e extensão rural com produtores do ramo. “É um tema de grande relevância para a agricultura familiar, pois trata-se de um sistema de produção focado na sustentabilidade. Isto é, gerar renda no campo, proteger o meio ambiente e trazer benefício para a sociedade”, disse. Ela destacou que o Instituto trabalha na criação de softwares e aplicativos que auxiliem os produtores nas tomadas de decisões no processo produtivo.

Em sua palestra, o engenheiro agrônomo Tiago Hachmann, do IDR-Paraná, reforçou que o Paraná é o estado com maior número de produtores orgânicos certificados do Brasil, com aproximadamente 4 mil, e agora essa cadeia está movimentando também uma grande demanda por mudas orgânicas certificadas. “O IDR tem investido bastante energia nisso, para criar algum protocolo para que os produtores de mudas possam se adaptar de uma maneira mais fácil”, explica. 

HISTÓRIAS - O evento contou com depoimento de três produtores que trabalham com orgânicos e obtêm ótimos resultados. A experiência de Jovana Cestille com a produção agroecológica no Assentamento Eli Vive, no Distrito de Lerroville, é um exemplo de agricultura sustentável. Com um foco em práticas orgânicas certificadas, Jovana cultiva tomate orgânico em estufas e tem uma agrofloresta, onde faz o plantio de café sombreado. Esse sistema garante um café de maior qualidade, além de criar um ecossistema mais equilibrado. 

“Quando chegamos no assentamento em 2016, só havia três árvores e a gente sempre quis morar num local arborizado”, contou, acrescentando que a integração com programas como o Paraná Mais Orgânico e com Universidade Estadual de Londrina (UEL) é fundamental para a produtividade e a sustentabilidade das culturas. Além de fornecer uma parte dos produtos orgânicos à alimentação escolar, ela comercializa seus produtos em cestas e participa de feiras na cidade.

A família de Emerson Amorim, que reside em uma pequena propriedade na região de Ibiporã, encontrou na assistência técnica do IDR-Paraná um apoio determinante, com orientação especializada para a transição para métodos orgânicos. “Nosso cultivo era aberto, mas depois fomos para o cultivo protegido e tivemos uma rentabilidade maior”, contou o produtor. A propriedade faz a diversificação de culturas, incluindo pepino, tomate, pimentão e uma pequena variedade de frutas como acerola, laranja e banana. “Mas o forte mesmo são as verduras”, disse. 

Em Rolândia, a família de Julia Nunes dos Santos decidiu abandonar o uso de agrotóxico quando, há cerca de 18 anos, seu pai intoxicou-se com o produto. Nos últimos quatro anos, com a assistência do IDR-Paraná, a família conseguiu realizar o sonho de cultivar produtos orgânicos. Eles cultivam em estufas verduras como alface, chicória, almeirão, alho-poró, abacaxi, mas o carro-chefe é o tomate orgânico. “Essa mudança contribuiu para aumentarmos a nossa renda, além de beneficiar os consumidores com uma alimentação mais saudável”, disse.

NÚMEROS - A horticultura representa cerca de 6,5% do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do Paraná, de acordo com o engenheiro agrônomo Paulo Andrade, do Departamento de Economia Rural (Deral). Em 2022, a fruticultura rendeu aos produtores paranaenses cerca de R$ 2,5 bilhões, a olericultura R$ 6,8 bilhões e a floricultura R$ 224 milhões.

 

FONTE: Assessoria de Imprensa Seab e Comunicação da ExpoLondrina.

 

 

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