Banco do Agricultor Paranaense marca nova aposta do Estado no agronegócio 27/04/2021 - 11:16
O Banco do Agricultor Paranaense, programa de financiamento para empresários do campo lançado nesta terça-feira (27) pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, é estratégico para o Estado dar um novo salto e se tornar ainda mais protagonista no agronegócio mundial. É um programa voltado ao desenvolvimento sustentável, à inovação tecnológica e à melhoria da competitividade dos produtos paranaenses.
O Paraná é uma das principais potências agrícolas do Brasil e o programa é uma aposta em uma das vocações dos municípios, que é a integração entre o campo e o ritmo da cidade. O Estado tem um dos melhores solos do mundo, diversidade climática (sub-tropical e temperado), pequenas e médias propriedades, um sólido sistema cooperativista, apoio técnico de entidades públicas e da academia, portos eficientes e emprega, há muitos anos, estratégias modernas de produção e gestão.
Segundo o secretário estadual de Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, o programa é uma aposta ousada e inédita no País para subsidiar modernizações e resolver gargalos históricos, como a irrigação no Arenito Caiuá. “Estamos reservando recursos para facilitar e baratear o dia a dia dos produtores rurais, principalmente daqueles pequenos que têm aspirações de crescimento. O agronegócio paranaense emprega milhares de famílias e tem margem para crescer com sustentabilidade e responsabilidade”, afirmou.
Segundo a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, o agronegócio tem Valor Bruto de Produção (VBP) na casa de R$ 120 bilhões. O agro representa 34% do PIB total do Paraná. Ou seja, de cada R$ 100 produzidos num ano, R$ 34 tem a ver diretamente com o agronegócio. O campo e suas vertentes também respondem por 80% do esforço exportador do Paraná, com balança comercial superavitária. O Estado é o terceiro maior exportador do agro, com mais de 13% do total.
“As projeções são mais ainda otimistas com esse programa. É essa a nossa estratégia mais arrojada para crescer e criar um bom ambiente para os empresários e cooperados crescerem por conta própria”, acrescentou Ortigara.
No País, o campo já produz mais de R$ 1 trilhão. O agronegócio representa cerca de 21% do PIB e é relevante sob o ponto de vista do emprego, da renda e do valor agregado à produção de máquinas, implementos, equipamentos, fertilizantes, pesticidas, combustíveis e outros insumos, além do valor agregado no processamento agroindustrial.
PROTAGONISTA – O Paraná é protagonista em diversos setores. Um deles é o de grãos. Com mais de 41 milhões de toneladas por ano, é o segundo maior produtor do País, com mais de 15% do total. O Paraná lidera a produção de trigo, feijão e cevada e é o segundo maior produtor de soja, milho e aveia. Essa produção é vendida in natura e transformada em alimentos que servem de base para a produção de proteínas animais, o que favorece outra potencialidade: a cadeia de carnes do Paraná.
Com quase 6 milhões de toneladas produzidas por ano, o Estado responde por 22% da produção de proteínas animais do País, lidera a de frangos (um terço da produção nacional) e peixes, e ruma ao primeiro lugar em suínos com investimentos robustos no Oeste, além de ser o segundo maior produtor de leite e de ovos. O Estado também marca boa presença há diversos anos entre os maiores da pecuária bovina de corte.
Além do macro, o agronegócio paranaense tem vertentes especializadas em diversos outros grupos. O Estado é o terceiro maior produtor de açúcar e o quinto de etanol; é o principal polo produtor de fécula de mandioca, largamente usada nas indústrias alimentícias; o terceiro maior produtor de tabaco, gerando renda para 30 mil famílias; e produz 85% dos casulos de seda do Brasil, cujos fios ocupam posição de destaque na indústria mundial da moda.
Além disso, tem a mais completa e organizada cadeia de produtos florestais, usados em energia, serraria, laminação, papel e celulose, com plantio responsável; é o principal polo produtor de erva-mate para o consumo tradicional e novos usos nas indústrias de cervejas, remédios e material de limpeza; e fundamental na cadeia da horticultura, na batata, tomate, couve-flor, alface, repolho, laranja, uva, banana, morango, tangerinas e uma diversidade de outras espécies de legumes, verduras, frutas, flores, plantas aromáticas, condimentos e medicamentos.
Também é o principal polo nacional de alimentos orgânicos e conta com um sólido sistema de abastecimento a partir de produtos oriundo da agricultura familiar.
EMPREGO – Todo esse panorama reflete na geração de oportunidades, emprego e renda. Centenas de milhares de paranaenses trabalham em indústrias que fabricam máquinas, equipamentos, insumos ou no processamento de alimentos, como em frigoríficos ou laticínios. São as bases produtivas de inúmeros municípios paranaenses – o Estado tem nove cidades com valor bruto da produção superior a R$ 1 bilhão.
O Paraná também é sede das maiores cooperativas do Brasil, que convivem com as maiores tradings do mundo. Juntas, as 217 cooperativas faturaram R$ 115,5 bilhões em 2020, empregaram 117.500 pessoas e exportaram US$ 4,5 bilhões. Elas fornecem insumos, soluções e assistência. Recebem 60% da produção de grãos e já agregam valor em metade.
O Estado ainda tem outras 179 pequenas cooperativas que faturam cerca de R$ 600 milhões/ano.
DESENVOLVIMENTO – O Banco do Agricultor Paranaense também ataca diretamente os desafios pendentes do Estado, que são aumentar a eficiência do uso dos recursos naturais e dos sistemas de produção. Ou seja, produzir mais e melhor, com menos recursos. Está dentro das estratégias de desenvolvimento sustentável, alicerçados nas mudanças energéticas, e do selo de Área Livre de Febre Aftosa sem Vacinação, que o Estado receberá no próximo mês, projetando novos ganhos comerciais para a indústria de carnes.
Ele também tem como foco atender as crescentes exigências sanitárias, de qualidade, de custos e de informação; fazer o uso de energias limpas, como solar e de biomassa; reduzir, cada vez mais, a penosidade do trabalho; integrar alimentos e saúde, como alimentos funcionais e biofortificados; e sacramentar o momento Agritech com biotecnologia, nova genética, digitalização dos processos e a nova mecanização, na forma de robôs, drones, plataformas e inteligência artificial.