Estrada boa facilita a vida de agricultores 09/10/2014 - 14:40
Produtor de grãos, Mertz vive há 44 anos na Linha Guanabara, em São Miguel do Iguaçu, no Oeste do Paraná, e festeja a remodelação do trecho de quase três quilômetros da estrada Guanabara – Nova Roma. A obra favorece 95 famílias. “Além do benefício direto ao escoamento da produção agrícola, contribuirá para elevar a qualidade de vida dos moradores da localidade”, diz.
Ele destaca que a nova estrada permite que as cooperativas Lar e Frimesa contratem pessoas da comunidade que agora podem chegar ao trabalho com qualquer tempo. “Apesar de querer ir trabalhar na cidade, muita gente não pode fazer isso porque o transporte não chega aqui”, avalia.
O Caminho das Pedras atende 248 municípios com investimento de R$ 238,3 milhões. Os recursos são repassados para as prefeituras, que ficam responsáveis pela execução das obras. Até o final do ano serão entregues cerca de 350 quilômetros de vias pavimentadas.
“Chova ou faça sol, as novas estradas também favorecem o transporte escolar e a locomoção da população em busca de serviços públicos na cidade”, afirma o prefeito de São Miguel do Iguaçu, Cláudio Dutra.
TERRA VALORIZADA - O agricultor Oscar Henrique Valiati, que cultiva grãos em 290,4 hectares, dos quais 85 hectares são próprios, diz que o calçamento melhorou bastante o acesso dos veículos à propriedade, que fica na Linha Nova Roma.
“Antes, na época de chuvas, o barro dificultava o tráfego de caminhões e havia erosão na estrada. A saída era esperar o tempo melhorar. Hoje, o escoamento da safra ficou melhor, além de aumentar o valor da propriedade, que calculo em 30%”, estima.
Dono da Estância Caverá, propriedade de 677,6 hectares, que fica na estrada que liga a Comunidade de Barro Branco à Vila Bendo, em Santa Terezinha de Itaipu, também no Oeste paranaense, o agricultor Arnaldo Luís Gamba concorda com a valorização dos imóveis nas localidades beneficiadas com o calçamento.
Ele estima também em 30% o aumento no valor das propriedades. “Hoje a situação é excelente em função deste calçamento, que facilita o transporte da produção, o deslocamento das famílias e a circulação de ônibus escolares”, diz o produtor de grão.
GANHO - Sérgio de Assis de Oliveira, que cultiva hortaliças na Vila Bendo, em Santa Terezinha de Itaipu, afirma que usa a estrada diariamente para entregar verduras na Ceasa e em dois mercados de Foz do Iguaçu. “O calçamento contribuirá para reduzir o custo de produção porque os gastos serão menores. Com isso, espero que sobre um pouco mais de dinheiro”, diz.
Em média, o piscicultor Volmir Luiz Davies, que, há 13 anos, arrenda 37 tanques em uma propriedade que fica na Linha Nova Roma, em São Miguel do Iguaçu, entrega 252 toneladas de tilápia por ano para a Cooperativa Copacol.
“Com chuva, a gente sofria muito, pois o peixe tem de ser retirado com qualquer tempo e, às vezes, a gente tinha de usar trator para puxar o caminhão, o que estragava ainda mais a estrada. Mas o problema foi resolvido 100%, o que significa inclusive mais ganho com a atividade”, diz.
NOVA ATIVIDADE - O prefeito de Santa Terezinha de Itaipu, Cláudio Eberhard, reforça a avaliação que o programa instituído pelo Governo do Estado, depois de muitos anos, “valoriza o interior do Paraná ao proporcionar muitas melhorias das estradas e a manutenção das famílias no interior do município”.
Eberhard vai além, ao considerar que as benfeitorias irão proporcionar oportunidades de exploração de novas atividades nas propriedades. “Com a pavimentação poliédrica, proprietários lindeiros já estão modificando a propriedade visando ao turismo rural. É uma nova atividade que será agregada tendo em vista a facilidade de acesso a esses locais”, adianta.
EMPREGO - Para o calçamento dos 3,8 quilômetros da estrada foram criados 30 empregos diretos e outros 150 indiretos. O trabalho de assentamento manual das pedras iniciado em abril deste ano só não foi concluído devido às chuvas.
O pedreiro Odair José da Silva está entre os beneficiados com empregos gerados pela obra. Ele revela que assenta cerca de 80 metros de pedra por dia, o que lhe rende R$ 150,00 diários. “Além de melhorar a estrada, o calçamento oferece empregos, o que é muito bom, pois dá para tirar uma boa renda que nos ajuda a sobreviver muito bem”, acrescenta.