Evento em Curitiba mostra como Paraná é destaque no conceito de fazendas inteligentes 07/11/2024 - 16:51

Com investimento em políticas públicas e tecnologias que promovem a inovação e a produção sustentável no campo, o Paraná tem se destacado com bons exemplos das chamadas smart farms. Os resultados nesse setor foram o tema do primeiro dia de programação do Agrienergy Summit, nesta quinta-feira (07), principal evento sobre fazendas inteligentes do Brasil, no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.

O congresso termina na sexta-feira (08) e tem como público-alvo profissionais e entusiastas do setor agroenergético, com foco em discutir temas como Agro 5.0, Energias Renováveis, ESG, Aviação Agrícola, Tecnologia, Educação, Finanças, Internet das Coisas e Logística. 

O objetivo é incentivar a adoção de tecnologias e práticas que garantam uma agricultura mais produtiva e responsável. “Queremos proporcionar um espaço para o intercâmbio de ideias e experiências, promovendo um futuro mais sustentável e eficiente para o segmento agroenergético”, ressalta Fabiane Schneider, idealizadora.

Na abertura, o diretor do Departamento de Florestas Plantadas (Deflop) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Breno Menezes de Campos, destacou que os produtores paranaenses têm longa tradição no uso de técnicas que estimulam a sustentabilidade e a produtividade.

Ele também citou iniciativas do governo do Estado como o Plano Estadual para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC+ PARANÁ), que estabelece metas para redução das emissões no campo, e o programa RenovaPR, que estimula a adoção de fontes de energia renovável nas propriedades rurais por meio a equalização de taxas de juros. “Esse cenário de mudanças climáticas pressiona cada vez mais os nossos sistemas produtivos. O Paraná assumiu compromissos nesse sentido e o agro é um peça fundamental nesse processo, fazendo uma agricultura produtiva e sustentável”, disse.

PIONEIRISMO - Smart Farms ou Fazendas Inteligentes são propriedades rurais que buscam mais eficiência e produtividade com ferramentas inovadoras, modernas e sustentáveis, por meio da integração de tecnologias. A primeira smart farm reconhecida no Brasil é paranaense, localizada em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. É uma área instalada em 2020 pela Fundação ABC, instituição de pesquisa ligada às cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal, que alia sistema de informação de gestão, agricultura de precisão e automação agrícola e robótica.

ENERGIAS RENOVÁVEIS - Durante o “Painel Brasil: Casos de Sucesso em Fazendas Inteligentes”, o coordenador do programa RenovaPR, Herlon Goelzer de Almeida, citou exemplos de como o governo estadual tem ajudado produtores a tornarem o biometano um ativo econômico, além de evitar o descarte inadequado de resíduos da produção animal. Isso acontece com a comercialização do biometano como combustível para caminhões, por exemplo, reduzindo custos. “Importadores de todo o mundo estão pressionando empresas brasileiras para reduzir a emissão de carbono e os produtores estão atentos a isso”.

No setor da energia fotovoltaica, 680 empresas paranaenses já estão credenciadas no programa RenovaPR, mais da metade do total no estado, o que demonstra o aumento da demanda e interesse dos produtores em energias renováveis. O impacto positivo também está na geração de empregos. “Em média, essas empresas contrataram 15 novos profissionais cada uma apenas para atender projetos do RenovaPR”.

REAPROVEITAMENTO - Também participou do Painel o diretor-presidente da Ceasa Paraná, Eder Bublitz. Ele destacou  uma parceria com a Sanepar para transformar resíduos orgânicos em energia, e também apresentou o programa Banco de Alimentos Comida Boa, que garante o reaproveitamento de frutas, verduras e outros produtos alimentícios que iriam para o lixo por não terem condições de ser comercializados, beneficiando cerca de 1,3 milhão de pessoas direta e indiretamente. A meta para este ano é recuperar 7 milhões de quilos. “Essas iniciativas fizeram com que a Ceasa Curitiba fosse a primeira das Américas a receber o certificado ISO 14001, o que demonstra nossa sustentabilidade”.

Bublitz citou ainda que há uso de energia fotovoltaica na Ceasa e que a equipe trabalha para estimular que os produtores vinculados às Centrais também gerem a própria energia nas propriedades. “Nossos produtores de hortaliças usam muito a irrigação, com um grande consumo de energia, então as energias renováveis podem ser uma boa saída para redução de custos”. 

INTEGRAÇÃO - Entre as iniciativas da Seab para estimular práticas sustentáveis está a articulação de um novo programa para disseminar sistemas produtivos integrados, como lavoura-pecuária-floresta (ILPF). O tema foi discutido em reunião na quarta-feira (07) com o secretário Natalino Avance de Souza, o diretor do Deflop, Breno Menezes de Campos e representantes da Cocamar, da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), de São Paulo, e da Rede ILPF.

SETOR PRIVADO - As empresas também têm um papel fundamental a desempenhar na mitigação de impactos das mudanças climáticas, segundo o CEO da Carbon Zero, Carlos Alberto Tavares Ferreira. Ele apresentou o funcionamento da Célula de Produto Rural (CPR) Verde, título de crédito que recompensa produtores pela preservação ambiental. “É preciso ter responsabilidade social corporativa”, disse. A CPR Verde foi implantada pelo Decreto 10.828, de 2021. 

EVENTO - O Agrienergy Summit tem apoio do Governo do Estado por meio da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná - Iapar-Emater (IDR-Paraná), da Ceasa Paraná e do Tecpar. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no link: https://agrienergy.com.br/inscricao-summit-2024

Programação: https://agrienergy.com.br/inscricao-summit-2024/#programacao

 

GALERIA DE IMAGENS