O Paraná é o Estado melhor organizado na produção agroecológica 30/05/2014 - 14:23
O Congresso faz parte da programação do encontro Paraná Agroecológico 2014, que está sendo realizado desde a terça-feira (27) na Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, e que termina no domingo (01). Mais de 140 trabalhos estavam inscritos, o que revela uma massa crítica importante para levar à reflexão de técnicos e acadêmicos e dar vazão a ampliação da produção agroecológica no Estado, disse o secretário Norberto Ortigara.
O Paraná é reconhecido por ser o Estado mais organizado do País, com sete mil propriedades rurais que produzem alimentos orgânicos, um quadro considerado bom, mas que pode ser melhorado, avaliou Ortigara. Na sua opinião é preciso criar condições para que mais agricultores possam fazer a reconversão de suas áreas para uma base agroecológica e com isso atender os consumidores.
O secretário admitiu as dificuldades técnicas em dar vazão a esse trabalho com mais velocidade. Segundo Ortigara, o mundo moderno enveredou para um rumo de produção agrícola agressiva, com aplicação de muitos agrotóxicos para o combate de pragas e doenças. “Com isso, pouco a pouco os alimentos foram perdendo seu sabor”, observou.
Ortigara apresentou dois movimentos em curso no Paraná para que os alimentos sejam cada vez mais isentos de agrotóxicos. Um é a ampliação da produção agroecológica e a criação de condições para reconversão dos agricultores. O outro, refere-se à campanha Plante Seu Futuro, lançada no ano passado em parceria com várias entidades que representam os produtores, que visa diminuir sensivelmente a aplicação de agrotóxicos nas grandes lavouras.
REDES DE REFERÊNCIA - O diretor-presidente do CPRA, João Carlos Zandoná, anunciou a implantação de Redes de Referência no Paraná como ferramenta para ampliar a produção agroecológica nas várias regiões do Estado. Trata-se de um convênio que será firmado com a Secretaria da Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e com o Ministério do Desenvolvimento Agrário.
“A gente acredita que com mais recursos na pesquisa poderemos fazer avançar esse processo rumo a uma produção mais sustentável”, afirmou Zandoná. Segundo ele, há uma demanda também por parte dos produtores que estão interessados em fazer a reconversão e precisam de orientação técnica e da pesquisa.
Segundo Zandoná, o Encontro Regional de Agricultores em Agroecologia realizado na quarta-feira, na Lapa, atraiu mais de 500 agricultores, o que demonstra que eles estão dispostos a produzir de forma mais sustentável e atender a demanda dos consumidores. Zandoná destacou ainda que a produção agroecológica é a alternativa para os municípios da Região Metropolitana de Curitiba continuarem produzindo frutas, legumes e hortaliças, já que 70% do que se produz aqui está sobre mananciais de água, insumo que está ficando cada vez mais caro para o consumidor.
“Temos de estar de olho nesse modelo de produção que precisa ser mudado para um sistema mais saudável, transparente e sustentável em todos os aspectos”, defendeu.
A solenidade de abertura do 1º Congresso Paranaense de Agroecologia contou com a participação do subchefe da Casa Civil do Governo do Paraná, Eduardo Pimentel Slaviero, do deputado estadual Rasca Rodrigues e dos diretores-presidentes do Instituto Agronômico do Paraná, Florindo Dalberto, e da Emater-PR, Rubens Niederheitmann, além de lideranças de agricultores, de acadêmicos, técnicos, estudantes, extensionistas rurais, profissionais do setor e consumidores.
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