Programa de apoio à produção de uvas e derivados no Paraná reforça ações em 2023 14/02/2023 - 17:32

O programa de Revitalização da Viticultura Paranaense - Revitis, do Governo do Estado, criado em 2019 para estimular a produção de uvas e seus derivados, está intensificando as atividades neste ano. Na tarde desta terça-feira (14), aproximadamente 50 técnicos de todo o estado participaram de uma capacitação online sobre o panorama e o mercado da viticultura, em parceria com o Senar/PR.

O Revitis segue quatro eixos: incentivo à produção, reorganização da comercialização, desenvolvimento do turismo e apoio à agroindústria da uva. O potencial de crescimento desse mercado foi destacado na abertura do evento pelo secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. “O objetivo de todos os envolvidos é revitalizar a viticultura, ter bases técnicas renovadas. Temos feito parcerias com municípios para fomento e investimento, desenvolvendo soluções e novas formas de fazer ", disse. 

Ortigara falou sobre a necessidade de  orientar os agricultores para que promovam investimento em suas propriedades. “Para isso, é salutar também o esforço de qualificação dos nossos próprios times, para que possam, no dia a dia, atendendo aos nossos agricultores, conseguir melhorar esse objetivo, que é ter uma produção de qualidade e que traga resultados positivos”.

Segundo o coordenador do programa no Estado, Ronei Andretta, o Revitis tem muitas atividades previstas para este ano, como ações de fomento, material para viveiros, práticas em campo com técnicos e produtores, entre outras. Uma capacitação presencial deve acontecer em Ibiporã entre os dias 27 de fevereiro e 3 de março. As capacitações e eventos técnicos são parte do trabalho desde o início do programa, além do apoio aos produtores. De 2019 até o início de fevereiro deste ano, o Revitis apoiou diretamente 382 agricultores familiares - cerca de 17% dos viticultores do Estado, e firmou convênios com 28 municípios em 13 núcleos regionais.

Os recursos da Seab em apoio direto ao produtor somam R$ 7.459.676,17, e a contrapartida das prefeituras totaliza R$ 622.533,66. Entre os itens garantidos com o apoio estão palanques, arame, mudas, sistemas de irrigação, cobertura plástica, adubo químico e orgânico, calcário, tesouras de poda, pulverizadores costais, um caminhão com carroceria térmica, caixas de colheita, suqueiras, desengaçadeiras, dornas de fermentação, entre outros.
 

CONTEXTO - O evento desta terça-feira iniciou com uma palestra do engenheiro agrônomo do Deral Paulo Andrade, que situou o Paraná na história da viticultura mundial, falou sobre desafios relacionados à economia mundial, mudanças climáticas, e o potencial turístico e cultural da valorização dessa fruta.

O Paraná ocupa a 5ª posição na produção nacional de uvas e, de acordo com o técnico, embora tenha perdido área e volume de produção nos últimos anos - principalmente devido à competição com o mercado de outras regiões e ao mau uso de agrotóxicos - tem potencial para investir em produtos especiais e de qualidade. Esse trabalho precisa estar associado a assistência técnica especializada, organização da comercialização, qualidade e constância no fornecimento.

Atualmente, o estado produz, em média, 52 mil toneladas de uvas em 3,5 mil hectares. E a qualidade da fruta já está reconhecida. Os selos de Indicação de Procedência das uvas de Marialva e do vinho de Bituruna garantem o reconhecimento da origem dessas especialidades, o que agrega valor ao produto e impulsiona o turismo. 

A capacitação também teve a participação de Gabriel Bitencourt, da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP), que falou sobre o mercado de vinho. Ele destacou que os consumidores se preocupam especialmente com características sensoriais, mas que também estão cada vez mais atentos e interessados na segurança do alimento e em aspectos ambientais e sociais da produção.
 

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