Secretário recebe lideranças do MST e analisa propostas de apoio aos assentamentos 18/04/2013 - 17:30

foto/seabO secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, recebeu nesta quinta-feira (18) uma comitiva de lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), em apoio à jornada de luta do movimento comemorada durante o mês de abril. No encontro foram discutidas as possibilidades do governo do Paraná atender a uma pauta de negociação entregue ao secretário.

Entre as principais reivindicações estão o apoio à diversas cadeias produtivas como leite, erva mate, cana-de-açúcar, hortifrutigranjeiros, arroz e também a disponibilidade de assistência técnica e equipamentos de produção nos assentamentos. As propostas foram analisadas com o objetivo de buscar a sustentabilidade para os assentamentos da reforma agrária, explicou Ortigara.

No encontro, foi discutida a possibilidade de inclusão das áreas de assentamentos em programas e ações em execução pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, entre eles os programas de fertilidade do solo, de recuperação da trafegabilidade das estradas rurais com o repasse de óleo diesel, de pavimentação de estradas com pedras e o de gestão dos solos e água em microbacias.

Segundo Ortigara, os investimentos já anunciados pelo governador Beto Richa para a área rural preveem a liberação de R$ 33,3 milhões para a distribuição de calcário, cerca de R$ 8 milhões para repasse de óleo diesel às prefeituras e de mais de R$ 130 milhões para o programa de pavimentação de trechos de estradas rurais com pedras.

Para as áreas de microbacias, os projetos podem ser apoiados com recursos do Banco Mundial, que prevê o investimento de até R$ 170 mil por microbacia. O programa Pró-Rural também prevê investimentos de até R$ 340 mil para projetos inovadores de geração de negócios, que podem ser coletivos.

Para o secretário, todo esse apoio poderá ser incrementado com a liberação de recursos estimados em R$ 17,6 milhões, sendo R$ 15,6 milhões do Ministério do Desenvolvimento Agrário, com contrapartida de R$ 2 milhões do governo do Paraná. Esse projeto foi elaborado e construído por um conjunto de entidades, com a coordenação da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento e visa apoiar 45 municípios com maior concentração de famílias em assentamentos e em condição de vulnerabilidade social e econômica.

Segundo Ortigara, o projeto está submetido à análise do Ministério. Se os recursos previstos forem liberados, o apoio solicitado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra do Paraná poderá acontecer com mais qualidade. O projeto prevê o apoio às cadeias produtivas potenciais a serem exploradas nos assentamentos como a pecuária leiteira, cafeicultura, cana-de-açúcar, erva mate e olericultura.

Para o líder do movimento, Roberto Baggio, o encontro foi produtivo e reforça a parceria com o Governo do Paraná, que vem sendo construída desde o início do ano passado. “Estamos dando continuidade a uma estratégia de organização e ao encaminhamento das demandas na área econômica e de assistência técnica, iniciada no ano passado, e agora queremos avançar”, ressaltou. Segundo Baggio, o apoio da Seab é importante para ajudar a organizar a produção e estruturar as cadeias produtivas que vão gerar mais renda aos agricultores. No Paraná são 380 projetos de assentamentos com mais de 20 mil famílias assentadas, que ocupam uma área de aproximadamente 420 mil hectares. Desse total, 130 mil hectares são de reserva legal.

“Para atender a esse público, estamos alavancando esse processo de parceria e de soma de esforços entre o governo federal, o governo do Paraná e os municípios”, disse Baggio. Segundo ele, o objetivo do movimento é produzir alimentos com qualidade e gerar renda, mas eles dependem de uma estratégia de assistência técnica e de capacitação, de investimentos em transformação e na comercialização de alimentos.

O encontro com as lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra aconteceu na Secretaria da Agricultura e contou com a participação do assessor especial da Casa Civil para Assuntos Fundiários, Hamilton Seriguelli, e do diretor presidente do Instituto Emater, Rubens Niederheitmann.

foto/seab
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